Adios, hermana



A fumaça muda
tênue companheira
sozinha conosco
só ela na verdade
comunga
a hora inteira de cada segundo de dor
o átimo todo da pequena alegria.
A fumaça muda como o ar que rodeia o morto no velório
vela o eu morto a cada cigarro
comigo.
Vela como eu o eu mesmo que se queima
a fumaça é a alma dos meus mortos que se vão.

a fumaça muda é meu pai
necessáio morto à um coração são.
São e forte.
Forte e só.
Só e agora
fumaça muda, minha companheira, adeus.

Foto de Graham Jeffery, no trabalho SENSITIVE LIGHT.

Comentários

Anônimo disse…
Finalmente, consegui um "tempinho" aqui no trabalho pra realizar as visitas que eu vinha adiando a sites e blogs que me recomendaram. Estou ainda conhecendo melhor esse espaço, familiarizando-me com as leituras, temas, humores. Estou gostando do que leio. Volto depois. Um abraço.
rOsI disse…
Ah! Eu não entendo tanto das letras mas me esforço :) Bem vindo!
Escafandrista disse…
Pôxa, Rosi, genial! Quase me fez virar fumante. ;-)
Só um pequeno reparo: acho que no segundo verso da segunda estrofe você quis escrever "necessário". Ou não?
rOsI disse…
Isso mesmo, Pedro, brigadão, é "necessário" a palavra certa.

É cara, eu sinto isso aí mesmo e o luto tá difíííícil...

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