"Penso onde não sou, logo sou onde não penso" - Lacan
Sempre me preocupa a questão do desejo e da substituição. Nossa cabeça é tão enormemente preparada para nossa defesa que cria simulacros absolutamente simples mas que escondem uma complexidade aterrorizante por debaixo deles.
"Lacan mostrou que o inconsciente se estrutura como a linguagem. A verdade sempre teve a mesma estrutura de uma ficção, em que aquilo que aparece sob a forma de sonho ou devaneio é, por vezes, a verdade oculta sobre cuja repressão está a realidade social. Considerava que o desejo de um sonho, não é desculpar o sonhador, mas o grande “Outro” do sonhador. O desejo é o desejo do “Outro”, e a realidade é apenas para aqueles que não podem suportar o sonho." (fonte)
E por não suportar o sonho criam-se objetos reais que na verdade são resultado dos "não pensados". Nesse sentido, mesmo Lacan está de acordo com Freud ao identificar no objeto flagrantes das faltas primordiais ou das pressões a que o indivíduo está submetido.
Depois que li o post mais recente do Amanuense, me perguntei se é a maldade que leva a dita mãe a enterrar seu filho morto ou não. Pode muito bem ser o desejo. Tem-se como muito simples e solidificado o fato de a maternidade ser o grande mar a sobrepor-se natural, pacífica e justificadamente sobre a consciência do ser. Esquece-se de um aspecto também natural: essa mãe humana, fêmea como todas as outras da espécie, tem 46 cromossomas e com eles, a tirania do inconsciente (até hoje não comprovada nos outros animais). Ela deve responder a si e aos outros, mas algo a fez decidir-se por si e não por outros. Não estou aqui justificando atos de auto-preservação a todo custo, muito menos quando o custo é a extinção da vida. Estou apenas me perguntando se não se deve, em algum momento, entender que o homem deveria ser entendido a partir do entendimento de sua linguagem. Nesse caso, antes de pejorativizar suas ações deveríamos tentar entender seus signos, símbolos e significados.
"Lacan mostrou que o inconsciente se estrutura como a linguagem. A verdade sempre teve a mesma estrutura de uma ficção, em que aquilo que aparece sob a forma de sonho ou devaneio é, por vezes, a verdade oculta sobre cuja repressão está a realidade social. Considerava que o desejo de um sonho, não é desculpar o sonhador, mas o grande “Outro” do sonhador. O desejo é o desejo do “Outro”, e a realidade é apenas para aqueles que não podem suportar o sonho." (fonte)
E por não suportar o sonho criam-se objetos reais que na verdade são resultado dos "não pensados". Nesse sentido, mesmo Lacan está de acordo com Freud ao identificar no objeto flagrantes das faltas primordiais ou das pressões a que o indivíduo está submetido.
Depois que li o post mais recente do Amanuense, me perguntei se é a maldade que leva a dita mãe a enterrar seu filho morto ou não. Pode muito bem ser o desejo. Tem-se como muito simples e solidificado o fato de a maternidade ser o grande mar a sobrepor-se natural, pacífica e justificadamente sobre a consciência do ser. Esquece-se de um aspecto também natural: essa mãe humana, fêmea como todas as outras da espécie, tem 46 cromossomas e com eles, a tirania do inconsciente (até hoje não comprovada nos outros animais). Ela deve responder a si e aos outros, mas algo a fez decidir-se por si e não por outros. Não estou aqui justificando atos de auto-preservação a todo custo, muito menos quando o custo é a extinção da vida. Estou apenas me perguntando se não se deve, em algum momento, entender que o homem deveria ser entendido a partir do entendimento de sua linguagem. Nesse caso, antes de pejorativizar suas ações deveríamos tentar entender seus signos, símbolos e significados.
Comentários
Pergunto se o fato de a mãe não querer a cria não é tão justificado quanto o de querê-la...