Frances, haaaaaaaaa!

Escutei uma coisa sobre livros, um dia: que eles só realmente chegam em nós no momento em que estamos preparados pra eles.
Finalmente, hoje eu vi Frances Ha.


E parece que hoje, ao assistir, eu chorei e ri tudo que guardei por muito, muito tempo. Não porque o filme fez isso, mas porque eu e o filme nos olhamos (como Frances olha no espelho).
Nunca soube onde colocar tudo, ainda não sei.
E muito da energia e da inércia que me consomem é que me fazem me paralisar e me mover, assim, mesmo, nesse desconexo.

"Com 27 anos você está velha"


Existe um script de vida que todos seguem, e como naquela experiência dos macacos com a escada, mesmo depois de não ter mais choque ou balde de água na cabeça, todos batem no macaco que quando tem fome vai até o cacho de banana. É pressuposto que ninguém mais pegue a banana.

Porque sim, porque não, porque é, porque que tem que ser.
Mas o que fazer com tudo que somos vivendo no meio de todos?
No que se agarrar?
Se agarrar?


E nesse espaço entre tudo que eu posso ser, tudo que eu queria e tudo que eu imaginava, bom, minimamente, de um modo ou de outro, a gente precisa ter um caminho. Não pra se caber. Mas para poder não ter que sacrificar tudo que se é. Pra não sacrificar o que de melhor temos.


Frances teve que se enquadrar?
Acho que no fim do filme, a cena final, que inclusive explica o nome do filme, está a resposta: Não, não vamos enquadrar Frances. Ela não cabe nessa caixa, não tem caber. Mas de uma forma de outra, estamos aqui e fazemos um acordo pra estar da melhor forma.



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