Departure
Tem um sonho que tem se repetido muito recentemente.
Nunca em toda minha vida eu quis tanto um jardim, uma área
que seja, com um pouco de terra, onde bata sol. Um espaço com terra, verde e
sol.
Então, eu tenho sonhado que estou em minha casa – que varia
um pouco em cada sonho – e em algum momento, eu ou vou procurar ou por acaso
encontro um corredor e uma porta, que eu não tinha visto que existia e que leva
a um jardim.
Hoje sonhei de novo: eu caminhava pela minha própria casa e
descobria um corredor e uma porta, que leva a outro e outro e... ao jardim e ao
sol. Primeiro vi um espaço fechado, com uma rampa muito íngreme que primeiro me
desanimou, mas depois me deixou aliviada: “ainda bem que é íngreme, assim, meu
filho não cai lá embaixo”. Aí continuei andando, achei um espaço pequeno,
claro, não completamente solar, mas claro, com um pedaço de terra. Era a
primeira opção.
Continuei andando e saí no que parecia uma área comum do meu
prédio. Essa sim, grande, descuidada, com entulhos aqui e ali. Mas esse
aparente abandono não me desanimava, pelo contrário, eu imaginava o que faria
em cada canto, em cada espaço. Aí a síndica apareceu e foi logo me dizendo “Esse
espaço não é seu, é do prédio”. No que eu respondi: “Mas eu não quero ele pra
mim, eu quero construí-lo para estar nele, somente. E se ele é de mais gente,
melhor ainda, todos poderão ajudar.”
p.s. Não sei o porquê do título, mas quando ele vem, eu não discuto.
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