Dois pedidos, por favor
Desde agora, preciso que saiba uma coisa e espero que faça uma outra.
Preciso que saiba que não consegui ser paciente, crédula, perseverante. Não consegui ser o exemplo que queria ter sido, quando precisava ser. Chorei muito, chorei todas as vezes. Em muitas das vezes me faltou a grandeza que eu desejava e sabia ser o mínimo que se pode dar a quem se ama. Sempre me faltou. Mesmo assim, meu filho, essa árvore seca, raquítica e feia que sou, é ainda assim a minha maior vitória. Ela está de pé. E deixá-la assim me custou a vida toda. Não é uma desculpa pelos meus maus atos, querido. É apenas a constatação de que provavelmente a construção se faça mediante uma variável diferente do tempo. Eu sinceramente (e ingenuamente) pensei que quando chegasse na minha idade, eu seria uma pessoa com menos dúvidas e com muito mais serenidade e sabedoria.
Então eu espero que você possa fazer uma coisa por mim, meu filho. Eu espero que você me perdoe. Aliás, eu espero, eu te peço que você nunca pare de fazer isso. Que você perdoe sempre, a todo momento. Não é para tolerar a tudo; é que quando a gente perdoa, a gente, de verdade, transforma água em vinho. Quando a gente perdoa, a gente fecha a porta para o lado feio dos outros, como se duvidasse, pra você e pra ele (e apesar dele), de que algo ruim pudesse vir dele, pedindo uma ação a esse respeito. Não - você diz quando perdoa - não é você isso aí. Você não é capaz disso, se você não tem fé em você, eu tenho. Quando a gente faz isso, meu filho, a gente voa mais leve, porque tira da gente, o peso de se julgar imperfeito. Porque quando a gente perdoa, querido, a gente ama de verdade, a gente exercita o amor. Quando a gente perdoa... é isso, filho, a gente voa.
E eu quero que você passarinho.
Preciso que saiba que não consegui ser paciente, crédula, perseverante. Não consegui ser o exemplo que queria ter sido, quando precisava ser. Chorei muito, chorei todas as vezes. Em muitas das vezes me faltou a grandeza que eu desejava e sabia ser o mínimo que se pode dar a quem se ama. Sempre me faltou. Mesmo assim, meu filho, essa árvore seca, raquítica e feia que sou, é ainda assim a minha maior vitória. Ela está de pé. E deixá-la assim me custou a vida toda. Não é uma desculpa pelos meus maus atos, querido. É apenas a constatação de que provavelmente a construção se faça mediante uma variável diferente do tempo. Eu sinceramente (e ingenuamente) pensei que quando chegasse na minha idade, eu seria uma pessoa com menos dúvidas e com muito mais serenidade e sabedoria.
Então eu espero que você possa fazer uma coisa por mim, meu filho. Eu espero que você me perdoe. Aliás, eu espero, eu te peço que você nunca pare de fazer isso. Que você perdoe sempre, a todo momento. Não é para tolerar a tudo; é que quando a gente perdoa, a gente, de verdade, transforma água em vinho. Quando a gente perdoa, a gente fecha a porta para o lado feio dos outros, como se duvidasse, pra você e pra ele (e apesar dele), de que algo ruim pudesse vir dele, pedindo uma ação a esse respeito. Não - você diz quando perdoa - não é você isso aí. Você não é capaz disso, se você não tem fé em você, eu tenho. Quando a gente faz isso, meu filho, a gente voa mais leve, porque tira da gente, o peso de se julgar imperfeito. Porque quando a gente perdoa, querido, a gente ama de verdade, a gente exercita o amor. Quando a gente perdoa... é isso, filho, a gente voa.
E eu quero que você passarinho.
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