C de Cathy
Cada um tem suas peculiaridades. Uma das minhas é fazer as mais estapafúrdias conexões (mas elas existem, elas existem). Outra, muito amiga dessa, é a de encontrar sentido naquilo que a maioria das pessoas não encontra. É o que tem acontecido com relação a The big C.
NÃO HÁ SPOILLER ALGUM, a série já começa, nos primeiros minutos, contando que a personagem vivida por Laura Linney tem câncer. Mas não se sabe se por incapacidade de contar, se porque ninguém a deixa falar ou por uma piada muito negra do destino, Cathy (Linney) carrega o fardo dessa notícia praticamente sozinha.
Longe de ser um melodrama, que seria o esperado dada a natureza fatal do tema, The big C é leve (o quanto pode), doce e melancolicamente engraçado. Só Cathy está doente. Mas tudo ao seu redor, apesar de saudável, está ruindo. Tão muda e tão sutilmente quanto sua vida.
E aí é que tudo fica lindo: porque ela vai retirando a poeira, as folhas, vai redescobrindo as fotos, as memórias, os desejos e vai se abrindo pra uma vida que ela sempre se negou ou mesmo, que nunca existiu. E tão delicadamente quanto os minutos que se vão, assim também são suas descobertas. Pequenas, ínfimas coisas, que tem um gosto totalmente novo e impressionantemente saboroso.
E assim é que a cada episódio morremos e nascemos com ela. Mas ao contrário de fazer uma grande despedida, sombria e pesada, Cathy faz o caminho mais cheio de vida, mais realmente identificado com o que é a existência: uma contagem regressiva que, justamente por isso, deixa cada minuto memorável.
Longe de ser um melodrama, que seria o esperado dada a natureza fatal do tema, The big C é leve (o quanto pode), doce e melancolicamente engraçado. Só Cathy está doente. Mas tudo ao seu redor, apesar de saudável, está ruindo. Tão muda e tão sutilmente quanto sua vida.
E aí é que tudo fica lindo: porque ela vai retirando a poeira, as folhas, vai redescobrindo as fotos, as memórias, os desejos e vai se abrindo pra uma vida que ela sempre se negou ou mesmo, que nunca existiu. E tão delicadamente quanto os minutos que se vão, assim também são suas descobertas. Pequenas, ínfimas coisas, que tem um gosto totalmente novo e impressionantemente saboroso.
E assim é que a cada episódio morremos e nascemos com ela. Mas ao contrário de fazer uma grande despedida, sombria e pesada, Cathy faz o caminho mais cheio de vida, mais realmente identificado com o que é a existência: uma contagem regressiva que, justamente por isso, deixa cada minuto memorável.
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