Acabou e eu comecei
Estamos aí, no Natal, de novo. E é assim mesmo, se chegou dezembro, quer dizer que o ano JÁ acabou.
Eu podia fazer um texto lindo e contemplativo, sobre as misérias e belezas da humanidade. Mas esse ano me cansou demais. Foi uma prova de fogo em todos os sentidos. Bateu com corda de couro molhada todos os dias; levou ao limite quase todos os meus limites; espezinhou e ainda gargalhou.
Mas ele não me venceu.
Melhor, ele me provou que eu sou mais forte, ele me fez mais forte. Pelo menos até agora.
Mas muito mais: ele me realizou grandemente com tudo isso. Caíram por terra vários hábitos que vinham arrastados por cordas invisíveis, que só eu via e sentia.
Esse foi o ano do basta, do "prestenção". Foi o ano em que eu me dei de presente os maiores presentes: eu me libertei do resto de culpa cristã que eu possuía e mandei às favas qualquer compromisso com o conservadorismo. Sofri, mas escolhi ser sincera comigo e ainda mais, ser sincera com o meu direito de ser feliz, de estar em meio à felicidade; escolhi me ausentar, permanentemente, do teatro dos outros, que escolhem à nossa revelia um papel no seu joguinho, que sempre, serve muito bem a eles, só a eles.
Foi o ano em que eu me dei, de braços abertos, a alegria de só repartir o que valia à pena, com quem valia à pena, em todos, todos os sentidos.
O ano em que eu aprendi a dar água, só água, a quem é de água e cerveja, só pra quem eu amo.
O ano em que eu eu peguei o mapa do meu caminho. Com clareza.
O ano em que eu aprendi a sorrir, genuinamente, pra todos, mas a brilhar os olhinhos só pra quem merecia. Aprendi a ser genuinamente aplicada a cada cenário, sem nunca trair os meus princípios.
Aprendi que meus princípios, se refletem nos meus atos e como eu suspeitava, meus atos revelam o meu caráter. E isso vale pra todos.
Pode não fazer sentido pra você, mas pra mim, é a página virada.
Mais uma vez, como bem disse meu terapeuta: quando você abrir a porta, não tem mais volta, tudo vai mudar. Essa é a frase de 2010. Esse foi o ano do bola pra frente, eu e o gol.
E que venha toda a vida.
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