Se você sente, você muda.

E agora eu me lembrei de um vídeo da campanha do Lula, que foi ao mesmo tempo o golpe de mestre (do Duda) e a cartada final para uma eleição ganha. Nele aparecia um trabalhador rural, já velho, sentado no fogão à lenha dentro da minúscula casa. Não me lembro do nome exato do senhor, então usarei Fulano, me perdoem por isso. O texto era algo assim:
" O Sr. Fulano, trabalha na lavoura, aos quase 70 anos. Sua luz foi cortada, porque não conseguiu pagar a conta, que estava atrasada. A conta era de 14,00.
Se você sentiu isso, você é Lula"

Hoje quando vejo a Dilma na Tv (e também, como via Marina) eu enxergo uma coisa que talvez não caia no gosto de todos, mas eu como mulher, sinto essa coisa muito próxima, muito íntima: eu vejo a possibilidade de ter, num país que é toda uma promessa futura no mundo, uma mulher no cargo mais alto. Uma mulher.

Nessa campanha, a cartada está implícita, porque é tão somente a própria visão de uma mulher que além de tudo por que passou, ainda vive durante esses poucos meses, todo o peso do preconceito, da falácia, do desprezo, do pouco caso por que tem passado todas as mulheres durante toda a nossa existência.

A mensagem é a própria visão de Dilma, mulher, como forte proponente ao maior cargo político de uma nação.

E só esse vislumbre de vitória faz com que eu viva de novo, a emoção (e a comoção)que senti com aquele vídeo e sinta de novo, a urgência de que todos os que se toquem, se juntem, de novo, por uma das coisas mais simples e mais prementes: precisamos mudar essa visão machista de ser e de governar. Precisamos parar a roda da desigualdade, da discriminação, do elitismo, a roda da soberba.

Porque com isso, todos saem ganhando. Todos evoluem.
Um governo não se fará só com o que isso simboliza, mas com certeza, com toda garantia, mudará o modo como as pessoas enxergam umas às outras nas suas diferenças. E isso, sim, faz um governo.

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