Footsteps Designing
Recentemente (antes tarde que nunca), entendi (o que infelizmente não significa aceitar e muito menos se conformar, que dirá ser feliz) que fazer design, mesmo, de verdade, requer muito conhecimento. E com conhecimento, digo não só a noção básica que achamos todos (os que cometem design) que temos, de equilíbrio, clareza, ritmo. Mas um background cultural mesmo.
De novo tendo que mencionar a Juliana, do Já matei por menos, que tem um talento ímpar para identificar maravilhas de design. Mas, fato é que não se consegue o mesmo tendo simplesmente o Reader dela, por exemplo. É preciso ter uma bagagem de vida, aquela mesma, que separa as pessoas em nichos culturais. E que tem, sim, muito a ver com sua origem pessoal, social e econômica.
Um amigo meu sempre diz do design ser conseguido com o "treino do olhar". Mas acho que a coisa é bem mais complexa: fazer design é algo como, utilizando o paralelo da poesia, dizia Manoel de Barros, "aprender a capinar com enxada cega". Requer esforço, dedicação e disciplina, requer muito estudo. Requer isso tudo e muito mais, se você, como eu, não teve um berço bom e farto de culturas e belezas desde cedo, pra treinar esse olhar.
Entretanto, acredito também que a beleza é o natural do homem, ou seja, que o belo esteja diretamente destinado a ser feito e reconhecido pelo homem, independente de onde ele está ou do seu nivel de aproximação com a cultura de modo geral. Não possuo dados científicos sobre isso, mas eu acredito firmemente que qualquer pessoa se emocione ao ver, por exemplo, A morte de Marat (foto abaixo) ou uma cadeira dos irmãos Campana (foto em seguida).
(Fonte)
De qualquer forma (e pra isso é todo esse texto), há sempre um espanto quando nos deparamos com um exemplo de genuíno design, pois salta sempre um detalhe importante e talvez o que o caracterize como tal: a sensação de que o objeto (a interface, qual seja ela) encontra seu fim, sua forma final, seu ponto de perfeição. E esse ponto nem sempre é tão embasbacante (como nos exemplos citados acima), muitas vezes é sutil, mas igualmente e genuinamente admirável. Enfim, toda essa reflexão veio dessa sessão de "Antes & Depois" desse site lindo que é o Design*Sponge, indicado pela Juliana, também citada no início do texto:
Fazer algo como isso, que pode, ingenuamente, parecer simples, requer muita bagagem. Requer um aprimoramento, arrisco dizer, dos próprios sentidos. Conseguir juntar as pontas de uma obra de design requer mais que força, mais que prática, requer domínio e muita vivência. Que tem a ver com o tempo, sim, mas que tem ainda mais a ver com o viver o design, no sentido de sorvê-lo, de senti-lo e de fazê-lo.
De novo tendo que mencionar a Juliana, do Já matei por menos, que tem um talento ímpar para identificar maravilhas de design. Mas, fato é que não se consegue o mesmo tendo simplesmente o Reader dela, por exemplo. É preciso ter uma bagagem de vida, aquela mesma, que separa as pessoas em nichos culturais. E que tem, sim, muito a ver com sua origem pessoal, social e econômica.
Um amigo meu sempre diz do design ser conseguido com o "treino do olhar". Mas acho que a coisa é bem mais complexa: fazer design é algo como, utilizando o paralelo da poesia, dizia Manoel de Barros, "aprender a capinar com enxada cega". Requer esforço, dedicação e disciplina, requer muito estudo. Requer isso tudo e muito mais, se você, como eu, não teve um berço bom e farto de culturas e belezas desde cedo, pra treinar esse olhar.
Entretanto, acredito também que a beleza é o natural do homem, ou seja, que o belo esteja diretamente destinado a ser feito e reconhecido pelo homem, independente de onde ele está ou do seu nivel de aproximação com a cultura de modo geral. Não possuo dados científicos sobre isso, mas eu acredito firmemente que qualquer pessoa se emocione ao ver, por exemplo, A morte de Marat (foto abaixo) ou uma cadeira dos irmãos Campana (foto em seguida).
(Fonte)
De qualquer forma (e pra isso é todo esse texto), há sempre um espanto quando nos deparamos com um exemplo de genuíno design, pois salta sempre um detalhe importante e talvez o que o caracterize como tal: a sensação de que o objeto (a interface, qual seja ela) encontra seu fim, sua forma final, seu ponto de perfeição. E esse ponto nem sempre é tão embasbacante (como nos exemplos citados acima), muitas vezes é sutil, mas igualmente e genuinamente admirável. Enfim, toda essa reflexão veio dessa sessão de "Antes & Depois" desse site lindo que é o Design*Sponge, indicado pela Juliana, também citada no início do texto:
Fazer algo como isso, que pode, ingenuamente, parecer simples, requer muita bagagem. Requer um aprimoramento, arrisco dizer, dos próprios sentidos. Conseguir juntar as pontas de uma obra de design requer mais que força, mais que prática, requer domínio e muita vivência. Que tem a ver com o tempo, sim, mas que tem ainda mais a ver com o viver o design, no sentido de sorvê-lo, de senti-lo e de fazê-lo.
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