Viva!
Caption: BOY, 10 MONTHS OLD, AND SHADOW OF GRANDFATHER
Image 60002669 (Rights-ready) - Collection: The Image Bank
Photographer: Marcy Merrill
Acabei de passar próximo a um recanto para idosos aqui perto de casa. E agora procurando uma foto para ilustrar esse último post do ano, comecei a pensar sobre a passagem do ano, sobre os velhinhos que eu vi, sobre meus pais, quase velhinhos.
Uma das coisas que ajudam a confundir as pessoas e a dificultar o auxílio e a compreensão sobre a velhice é o conceito de velho. Costuma-se chamar de velho aquilo que já não serve, que pertence ao passado, aquilo que já está gasto, usado, aquilo que se quer esquecer. E essa apreensão é tão forte que esquecemos que o verdadeiro conceito de passado é vivido. O que se gastou, o que se usou, o que esteve no tempo, esteve, aconteceu, experenciou.
Esquecemos que desde que nascemos estivemos predestinados a passar pelo tempo para chegar a um estado que sem sombra de dúvida, será sempre melhor que todos os estados anteriores.E, no entanto, nós esquecemos ou não queremos lembrar que todos, sem exceção, envelhecemos e seremos velhinhos (a menos claro, que morramos antes, coisa que a maioria não quer).
E esquecemos que se hoje, jovens, gostamos de sorrir e divertir e de ter amigos, e gostamos de amar e de ser amados, quando envelhecermos ainda gostaremos e sentiremos tudo isso, mas sem muito da força, do tônus, da memória, da pressa.
2007 está acabando e eu desejo que com ele acabe,se gaste, termine o preconceito, a intolerância, a falta de amor, de carinho, de ética e esse ultrapassado conceito de velho. Desejo que a gente confie mais, abrace mais, aceite mais carinho, admita nossa transitoriedade e a transitoriedade de todo tipo de sentimento, bom ou ruim.
Assim, para todos, um 2008 muito mais feliz.
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