O kenji falou do "milagre do UNDO" (ou, para os usuários do Corel Draw, o ctrl+z)e de como essa possibilidade de voltar atrás e corrigir um erro se complica frente a outro milagres, a memória na web, através de recursos como o google e o Youtube. Isso porque a capacidade de armazenamento quase eterno desses recursos em certo sentido anula qualquer UNDO. Pior, como ele mesmo cita "só que a memória traz culpa". E sobre esse ponto eu pergunto: será?

Alguns jornais e vários sites na internet divulgaram os vídeos dos jovens jogando ovos pela janela de suas casas, no Rio de Janeiro. Parece que, detentores de alguma influência, os envolvidos no caso dos ovos conseguiram barrar a divulgação do video. Mas isso não imepediu a sua divulgação.Ou seja, o video está no cache da Internet. E eles? E a culpa? Não vi e não procurei pelas defesa deles. Mas a única justificativa que eu encontrei, em um jornal de TV foi a declaração de alguns, principalemente a de um deles, o Boninho (esse mesmo, o filho do grande B da Globo), de que o vídeo foi uma brincadeira. Bom, primeiro que isso não pe brincadeira que se faça, aliás isso não é brincadeira. É um antentado á civilidade, é um crime, eu diria, claro, sem o conhecimento da lei.

O que me leva a concluir que as regras de sociabilidade no meio virtual estão longe não só de serem estipuladas como de existirem algum dia. E muito disso por causa da natureza própria do meio, que permite e acontece entre personas criadas, entre simulacros:
"Além disso, a co-presença cumulativa de outros recursos técnicos do campo das telecomunicações permitirá que o olhar digital de uma realidade virtual escape ao âmbito exclusivo dos audiovisuais, do cinema e da televisão, e se torne extensão da própria vida, ao mesmo tempo que conduzirá aquele que vê e seu corpo sem forma ao papel de cavaleiro de narcísicos imaginários." (fonte)
.
E, o maior problema, as leis, os direitos, os valores elas se aplicam a pessoas, não a criações de pessoas. Por fim, um dia talvez (se já não hoje) essas pessoas vão se valer da indefinição do meio, da sua existência não alojada e portanto, em certo sentido, desvinculados deles próprios por serem em si, uma espécie de ficçao e de ficcionador.

Comentários

shikida disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
rOsI disse…
Não entendi. Porque culpa é acção repreensível praticada contra a moral ou a lei;
falta;
pecado;
delito;
ofensa;
responsabilidade;
causa, origem.
Então o popular dá como veredito de um julgamento a culpa? Você decide por, no sentido de você condena à culpa? O veredito do popular é : culpado?
Hein?
shikida disse…
pelo jeito não deu tempo de apagar o comentário... ;-)

vamos lá então

a idéia do que eu escrevi era a seguinte

o undo te perdoa e o youtube te culpa, pq o youtube constitui prova que não pode ser apagada

mesmo que alguém vá lá e apague, alguém chegou antes e já salvou uma cópia

mesmo que vc apague seu post, o goggle já salvou e já colocou no cache

a natureza descentralizada da web impede que alguém tenha controle de apagar todas as cópias existentes de um arquivo.

foi o que o michael moore fez com o filme dele. com medo de que fosse censurado, deixou vazar o filme na web. agora está à disposição de todos

então quando falo da culpa, não falo das pessoas sentirem culpa. para não sentir culpa, basta ser perverso.

falo da culpa como veredito popular mediante a apresentação de uma prova que não pode ser encoberta, pq o que vc fez e que foi filmado, agora virou vídeo e estará para sempre disponível na web, seja pelo orkut, youtube, torrent, emule ou qq outro lugar

pq a web é extra-nacional e acima da maioria dos governos. a china pode entrar em acordo com várias empresas e colocar vários filtros, mas ela não pode dominar a web e nem há tecnologia ou recursos ou interesses para que isso aconteça

este que foi meu ponto
Anônimo disse…
Ó, correndo sério risco de falar besteira 9um hábito meu), lendo a postagem, me lembrei de uma declaração do escritor Carlos Heitor Cony, que disse que estamos vivendo a "era da Internet lascada", ou seja, uma Internet pré-civilizada, na qual direitos, normas e valores estão longe ainda de se consolidarem. Talvez não estejamos vivos pra ver a "era da Internet polida". Mas, qum sabe...
shikida disse…
mas este é o desafio da liberdade

ninguém regula a infernet

a infernet não é como o estado onde cada cidadão abre mão de um pouco de sua liberdade em detrimento do poder do estado de prender, julgar e executar

a infernet não tem dono e não tem mecanismos de restrição de acesso e ação (qual é a prisão da web?)

daí temos a pessoa em seu estado puro de liberdade. a natureza humana é isso aí

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