Desce mais uma, por favor
Tinha uns dois anos que eu não tomava um porre de chegar de manhã e ainda ter que trabalhar.
Isso me serviu para chegar a algumas conclusões. Primeiro, eu descobri que a gente é o que é. Eu gosto de gente mas eu gosto de um tipo de gente em especial: aquela gente que enfrenta e não confunde espaguete de caçarolinha com espingarda de caçar rolinha.
É muito bonitinho fazer coleção de hobbies, DVDs, carros, roupas, selos e amigos.É muito bonitinho aquele cachorro manco que a dona salvou e ontem o Gugu mostrou no Domingo Legal. Tudo muito bunitinho.
Mas, pléc! Lindaaaaaaa! Eu não gosto de coisas bonitinhas.
Porque pra mim bonito é ter coragem, é ter casa grande e nenhum quadro na parede pra dar "ilusão de que tem mais alguém em casa" e muito menos pra fazer composé. Bonito pra mim é o nego que num beco escuro quando vê um vulto, continua a caminhar. Ou, desfazendo a metáfora, é o sujeito que não precisa criar um universo cor de rosa pra poder acordar todo dia. E não se enganem, acordar e ver o que realmente existe não é amargo. Mas é que o doce precisa ser visto e não inventado. Por isso, por exemplo, eu gosto do Bukowski, porque ele vê o feio e o ama. Claro, nem todos tem o fígado de Bukoswiski...
Segundo, que na verdade é uma derivação do primeiro, eu descobri que a gente especial que eu gosto existe. Porque eu descobri que eu gosto especialmente de gente que não tem medo, vergonha, pudor de admitir que erra ou melhor de admitir que quer experimentar. É, eu tenho um gosto especial por pessoas que se permitem. E principalmente por pessoas que admitem o imprevisto e principalmente o insensato.
Então, e por último eu descobri que você estava certa. Pra fazer isso tem que gostar. E gostar como você disse, ou melhor, amar, é pra fora. E pra amar tem que sair do mundinho da gente, tem que ser, amiga, insensato. E nada mais insensato do que esquecer as dores, as infâmias, os compromissos, os mal entendidos, as conveniências, as seguranças, os bons mocismos e é claro, as horas, e para celebrar um monte de dúvidas, pesares e muitas alegrias que talvez só a gente vê, dizer sempre: desce mais uma, por favor.
p.s. Mas sinto dizer que a pergunta continua: dá pra amar pra sempre sem nunca ser amado? Eu ainda não sei. E se continuar sendo tão sêco, acho que não vou mesmo esperar a resposta. Porque senão eu comçeo amar o amor e não as pessoas. Né?
Isso me serviu para chegar a algumas conclusões. Primeiro, eu descobri que a gente é o que é. Eu gosto de gente mas eu gosto de um tipo de gente em especial: aquela gente que enfrenta e não confunde espaguete de caçarolinha com espingarda de caçar rolinha.
É muito bonitinho fazer coleção de hobbies, DVDs, carros, roupas, selos e amigos.É muito bonitinho aquele cachorro manco que a dona salvou e ontem o Gugu mostrou no Domingo Legal. Tudo muito bunitinho.
Mas, pléc! Lindaaaaaaa! Eu não gosto de coisas bonitinhas.
Porque pra mim bonito é ter coragem, é ter casa grande e nenhum quadro na parede pra dar "ilusão de que tem mais alguém em casa" e muito menos pra fazer composé. Bonito pra mim é o nego que num beco escuro quando vê um vulto, continua a caminhar. Ou, desfazendo a metáfora, é o sujeito que não precisa criar um universo cor de rosa pra poder acordar todo dia. E não se enganem, acordar e ver o que realmente existe não é amargo. Mas é que o doce precisa ser visto e não inventado. Por isso, por exemplo, eu gosto do Bukowski, porque ele vê o feio e o ama. Claro, nem todos tem o fígado de Bukoswiski...
Segundo, que na verdade é uma derivação do primeiro, eu descobri que a gente especial que eu gosto existe. Porque eu descobri que eu gosto especialmente de gente que não tem medo, vergonha, pudor de admitir que erra ou melhor de admitir que quer experimentar. É, eu tenho um gosto especial por pessoas que se permitem. E principalmente por pessoas que admitem o imprevisto e principalmente o insensato.
Então, e por último eu descobri que você estava certa. Pra fazer isso tem que gostar. E gostar como você disse, ou melhor, amar, é pra fora. E pra amar tem que sair do mundinho da gente, tem que ser, amiga, insensato. E nada mais insensato do que esquecer as dores, as infâmias, os compromissos, os mal entendidos, as conveniências, as seguranças, os bons mocismos e é claro, as horas, e para celebrar um monte de dúvidas, pesares e muitas alegrias que talvez só a gente vê, dizer sempre: desce mais uma, por favor.
p.s. Mas sinto dizer que a pergunta continua: dá pra amar pra sempre sem nunca ser amado? Eu ainda não sei. E se continuar sendo tão sêco, acho que não vou mesmo esperar a resposta. Porque senão eu comçeo amar o amor e não as pessoas. Né?
Comentários
E essa última questão tbm tem me perturbado um pouco. Mas não o suficiente.
foi mal. é um momento bonito e tal, mas eu tenho certeza que em algum lugar do fundo da marfela, ela estaria louca prá fazer piada disso TAMBÉM ;-)
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita." C.D.A.
Digamos que seja possível amar (e saber que se está amando), como poderíamos, afinal, afirmar que somos amados?