O verão de Sam


Título Original: Summer of Sam
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 142 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1999
Direção: Spike Lee

Em Nova York, verão de 1977, um assassino serial matava mulheres e casais de namorados e justificava seus atos em suas cartas, onde dizia ser o Filho de Sam, um ser demoníaco que o impelia a matar.
O que poderia ser somente uma estória de suspense, nas mãos de Spike Lee torna-se um tour cultural, político e racial por uma época das mais efervescentes numa das maiores cidade do mundo. Nessa transição, fica evidente, principalmente por se tratar de Spike Lee, o germe da segregação, da intolerância e da violência urbana. E nessa bomba explosiva, o estopim é formado pelo calor infernal e a ameaça de um assassino sem rosto. Ambos representando a ameaça do irracional, do desconhecido, do incontrolável que por não poder ser identificado, potencializa o medo e o desconforto e deixa revelado o lado animal dos indivíduos.
Spike Lee mais uma vez vem mostrar o quanto a cristalizada unidade americana na verdade se constrói sobre pilares tênues e fracos. E que ao menor sinal de instabilidade, rui numa velocidade extremamente rápida e inconsciente, revelando o que verdadeiramente une e separa as pessoas: o medo. Um medo introjetado, o medo por si só. Somente a sensação constante do perigo. Um medo que desfaz relações e institui ligações momentâneas, instáveis como numa guerra. De modo que no momento seguinte á ameaça, seja ela qual for, perde-se totalmente o porque do primeiro movimento de ação contra o perigo. Tudo se dilui numa confusão de tormentos por desejos satisfeitos e insatisfeitos, de pura explosão da vida tanto tempo encarcerada.
Merece atenção para a sutileza com que , num retrato destes, Spike Lee consegue fazer um registro especial em termos musicais, com uma trilha sonora das melhores, e que apesar de contextualizada, discute a incongruência e falta de rumo da época.
Imperdível.
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