tag:blogger.com,1999:blog-220861302024-03-13T05:43:58.271-03:00enquanto dáPausa para um mergulho nas barbas do imaginário.
(Allen Ginsberg)rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.comBlogger429125tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-51983469796471795362016-02-05T20:42:00.000-02:002016-02-05T20:44:58.075-02:00A esperança na UTIO marcador de página caiu, desmarcando aquele poema que eu iria mandar.<br />
Aquele poema perfeito, não muito hermético, não muito descarado.<br />
Fechei a aba com os poemas do Manoel de Barros (com certeza, um dos maiores presentes que se pode apresentar a alguém).<br />
Joguei fora o álbum ideal pra se levar numa viagem.<br />
Dormi pela primeira vez sem que a última coisa que eu fizesse fosse imaginar como seria.<br />
Sonhei que não pagava a passagem nem pro Ryan Gosling.<br />
Por mais que eu ache que fique muito bem de rosa, não comprei aquela blusa.<br />
Não quis mais saber o que significam as horas iguais.<br />
Não importa mais que carta sai no tarô.<br />
Caminhei sem música alguma. Perdi o número das voltas mesmo assim.<br />
Parei de procurar uma boa charge.<br />
E chorei (Uma amiga um dia me disse que "chorar é a última coisa que se faz. Porque chorar é desistir").<br />
Sem resposta, sem eco, sem sinal, a imaginação respira com muita dificuldade.<br />
<i>Tudo acaba. Até o que vai por último</i>, vaticinou o médico.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR-cDwPUVJr_w7MOjKMlU3oPC5WlKtG3eazWIec5T6JHxx3BUUhpeiZb8-qGpF5YfIj2iOVQ8ceVIZ71IJmNOIa4sm1ce8Iye9P97hPgoo6U1x2abJ6iedpNJG5NYatpC19pOA/s1600/baldessari-goya-18-a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR-cDwPUVJr_w7MOjKMlU3oPC5WlKtG3eazWIec5T6JHxx3BUUhpeiZb8-qGpF5YfIj2iOVQ8ceVIZ71IJmNOIa4sm1ce8Iye9P97hPgoo6U1x2abJ6iedpNJG5NYatpC19pOA/s1600/baldessari-goya-18-a.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Serie Goya - John Baldessari</td></tr>
</tbody></table>
<br />rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-12225646858299023942015-11-25T23:09:00.001-02:002015-11-25T23:15:42.896-02:00Lord knows it will be the first timeDesde pequena eu "sofro" de uma peculiaridade. E ela é tão traiçoeira que parece linda. Mas esse é exatamente o artifício dela, um eufemismo que esconde a metáfora de si mesma.<br />
<br />
É que eu tenho uma imaginação por demais fértil. O que não seria mal, se não se adicionasse a ela uma expectativa excessivamente positiva.<br />
<br />
Das minhas memórias mais antigas, lembro de estar de mãos dadas com a minha avó, caminhando ao longo de uma avenida e pegando, aqui e ali, embalagens de picolé no chão. E a cada embalagem, uma esperança, seguida de uma decepção e de outra esperança e assim sucessivamente.<br />
<br />
Começa como miragem: eu vejo a coisa ao longe e sempre, sempre imagino a coisa mais linda. Aquele brilho prateado lá do outro lado da calçada, visto daqui, só pode ser um lindo pingente que eu - que sorte - vou pendurar naquele colar e que vai ficar lindo. E termina sempre comigo perdendo a esperança no último passo até aquilo, percebendo só naquele último instante que era apenas um papel de bala.<br />
<br />
E isso se repete pela minha vida inteira, como um castigo grego.<br />
<br />
Mais recentemente, inclusive, percebi que faço isso com quase tudo, em quase todas as coisas da vida. Os desejos, as relações, os sonhos, os projetos. Mas como num castigo grego, eu nunca aprendo. E hoje eu fiz isso, de novo. E nessas horas dá uma vontade enorme de não dormir, pra não ter que acordar e ter esquecido, e o castigo acontecer de novo e de novo.<br />
<br />
Eu queria acertar, nem que fosse uma vez.rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-35048356584614415152015-02-28T12:56:00.000-03:002015-02-28T12:59:38.873-03:00Quem diz quem somos nós?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_IswTVCOyhz_z2x7-IKd-wRk4NSZ-d_Vg7fhApOp1PSttoyiW0B1GBf-da1Nz9XKOiD1Lis8VfHHLX4qTLhv2HOfi-LvEvKLsA1tLTeKVwmUcCpPe3Z3wPYk_pa-wIpH0EEpH/s1600/agentcarter-valores.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_IswTVCOyhz_z2x7-IKd-wRk4NSZ-d_Vg7fhApOp1PSttoyiW0B1GBf-da1Nz9XKOiD1Lis8VfHHLX4qTLhv2HOfi-LvEvKLsA1tLTeKVwmUcCpPe3Z3wPYk_pa-wIpH0EEpH/s1600/agentcarter-valores.jpg" height="" width="500" /></a></div>
<br />
Quem não conhece a nova série <a href="http://www.imdb.com/title/tt3475734/" target="_blank">Agente Carter</a>, não sabe o que está perdendo.rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-49886206290264183452015-01-27T22:04:00.000-02:002015-01-27T22:09:21.388-02:00Óia ela aí de novoTem um filme inofensivo chamado Campo dos Sonhos. E uma vez que a gente assiste ele, nunca mais vai esquecer aquela frase:<br />
"Se você construir, eles virão"<br />
Sei lá se o diretor quis ser mais metafísico do que foi.<br />
(Pensando bem, ele pode inclusive ter sido o precursor a utilizar o milharal como cenário para dezenas de temáticas das mais bizarras).<br />
Bom, o fato é que sempre que lia ou lembrava dessa frase, ela retumbava, pra mim, assim:<br />
"prepare e ela virá".<br />
"Ela", pra mim, é a circunstância.<br />
Mesmo com relação ao filme, pra mim, o que o campo veio trazer nunca foi um jogo, mas antes, a circunstância, a experiência, a vivência no tempo e espaço de um acontecimento em que todos estavam ali com um acordo que só é possível em sonho: um local onde o coração, a intuição, o silêncio, o presente e o passado convivem sem que ninguém duvide. Sem medo, atendendo ao pedido do que pode não fazer sentido num primeiro momento, mas que traz um significado para os que comungam daquela experiência.<br />
Nos pequenos campos da minha pequena fazenda, já tem um tempo, eu escuto os chamados.<br />
É sempre a mesma coisa. Não faz sentido, mesmo assim, eu arranjei as sacolinhas, juntei todas as coisinhas, roupinhas, brinquedos, sapatinhos, o balde, a cômoda e o bercinho.<br />
Ficam ali, meio atravancados, meio atravancando, esperando.<br />E como toda espera, a gente tem os momentos de desconfiança, de fé, de dúvida. E como em toda espera, a gente sempre dá mais uma chance.<br />
Então, hoje, ela chegou, de novo.<br />É nova, mas é velha. E quando ela chega a gente reconhece e as coisas parecem fazer sentido.<br />Um pouco de sentido, ali, no meio dessa bagunça toda.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-MdlgP0tx2OTs00jXAGPN4qL4ILk7ril4EZqBapLCp_4etL1H6iDkhjRk_S_wYTpCv0_VFFGaalPMYDdAbobV6DyguYRH0EkI1dg9NAKl0DPu8kgU39CDCnmQjYUFsP7v5Z6a/s1600/large-field-of-dreams-blu-ray1x.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-MdlgP0tx2OTs00jXAGPN4qL4ILk7ril4EZqBapLCp_4etL1H6iDkhjRk_S_wYTpCv0_VFFGaalPMYDdAbobV6DyguYRH0EkI1dg9NAKl0DPu8kgU39CDCnmQjYUFsP7v5Z6a/s1600/large-field-of-dreams-blu-ray1x.jpg" height="" width="540" /></a></div>
<br />rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-34077303887949708842014-12-23T13:54:00.001-02:002014-12-23T14:13:18.242-02:00Frances, haaaaaaaaa!Escutei uma coisa sobre livros, um dia: que eles só realmente chegam em nós no momento em que estamos preparados pra eles.<br />
Finalmente, hoje eu vi <a href="http://www.cinemaemcena.com.br/plus/modulos/filme/ver.php?cdfilme=13434" target="_blank">Frances Ha</a>.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI0Ejt7wl1tPkPZ7ECTbXA0lP-3fp-qP3bVCyy0UCge7r0MGZRuDEELWS1UuGAG-kJaiI1vLjZbDeHXbUkpalimBIotmaGdVzgFXf6Cfp0bzOkPB3wax3JbSXL5rl6EHr__Izo/s1600/frances_ha_ver4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI0Ejt7wl1tPkPZ7ECTbXA0lP-3fp-qP3bVCyy0UCge7r0MGZRuDEELWS1UuGAG-kJaiI1vLjZbDeHXbUkpalimBIotmaGdVzgFXf6Cfp0bzOkPB3wax3JbSXL5rl6EHr__Izo/s1600/frances_ha_ver4.jpg" height="640" width="441" /></a></div>
<br />
E parece que hoje, ao assistir, eu chorei e ri tudo que guardei por muito, muito tempo. Não porque o filme fez isso, mas porque eu e o filme nos olhamos (como Frances olha no espelho).<br />
Nunca soube onde colocar tudo, ainda não sei.<br />
E muito da energia e da inércia que me consomem é que me fazem me paralisar e me mover, assim, mesmo, nesse desconexo.<br />
<br />
"Com 27 anos você está velha"<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4BgL1JkEUmAGj2_3eiWArQU90ORiQOzX-GY5DNVJJm_ObzAbaw3rzOwMHcmBsik3D2smgNrJT46oqa2ltg8a-szdsIRZkZGGN2bra-emAoPoFssLlTUiPwmpbMTU_UH9X2m5t/s1600/Still-from-Frances-Ha-025.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4BgL1JkEUmAGj2_3eiWArQU90ORiQOzX-GY5DNVJJm_ObzAbaw3rzOwMHcmBsik3D2smgNrJT46oqa2ltg8a-szdsIRZkZGGN2bra-emAoPoFssLlTUiPwmpbMTU_UH9X2m5t/s1600/Still-from-Frances-Ha-025.jpg" height="" width="500" /></a></div>
<br />
Existe um script de vida que todos seguem, e como <a href="http://www.humornaciencia.com.br/miscelanea/macacos.htm" target="_blank">naquela experiência dos macacos com a escada</a>, mesmo depois de não ter mais choque ou balde de água na cabeça, todos batem no macaco que quando tem fome vai até o cacho de banana. É pressuposto que ninguém mais pegue a banana.<br />
<br />
Porque sim, porque não, porque é, porque que tem que ser.<br />
Mas o que fazer com tudo que somos vivendo no meio de todos?<br />
No que se agarrar?<br />
Se agarrar?<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiInJAdWnf8IsuPGMXYjY3dpV3alBcixE9CZsEuubRJF6FUl7yFutIoQr8elXLJqo_SMgerhpy0y-ZAegRNofC87vw2mQJcw70lOrL6bknBC3bDmaNQxhr1Sx1AiISGvNjy3xTU/s1600/cinelists-frances-ha-greta-gerwig-50.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiInJAdWnf8IsuPGMXYjY3dpV3alBcixE9CZsEuubRJF6FUl7yFutIoQr8elXLJqo_SMgerhpy0y-ZAegRNofC87vw2mQJcw70lOrL6bknBC3bDmaNQxhr1Sx1AiISGvNjy3xTU/s1600/cinelists-frances-ha-greta-gerwig-50.jpg" height="" width="500" /></a></div>
<br />
E nesse espaço entre tudo que eu posso ser, tudo que eu queria e tudo que eu imaginava, bom, minimamente, de um modo ou de outro, a gente precisa ter um caminho. Não pra se caber. Mas para poder não ter que sacrificar tudo que se é. Pra não sacrificar o que de melhor temos.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7VRfo2n-lBo73TIeP7HTod9W9pL6Vkmdn_OGLoDuXnOAURMypu9cPPfjZb4raG4AvIM7Jf8oXBRnFTjClv71cCSTKPf2tq-O9g9iYBxFvkP2xZclARd2GHLPSE1dptzKu6040/s1600/frances.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7VRfo2n-lBo73TIeP7HTod9W9pL6Vkmdn_OGLoDuXnOAURMypu9cPPfjZb4raG4AvIM7Jf8oXBRnFTjClv71cCSTKPf2tq-O9g9iYBxFvkP2xZclARd2GHLPSE1dptzKu6040/s1600/frances.jpg" height="" width="500" /></a></div>
<br />
Frances teve que se enquadrar?<br />
Acho que no fim do filme, a cena final, que inclusive explica o nome do filme, está a resposta: Não, não vamos enquadrar Frances. Ela não cabe nessa caixa, não tem caber. Mas de uma forma de outra, estamos aqui e fazemos um acordo pra estar da melhor forma.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv8UlI7DfcVSiaUsEUtS37l80NI8lk0rqMu8Q_aTcj_GBSNvIxQadSDc1QcZ0lPmGgnKXXosWq_9POVsPdNht0AfylRV5e0uuZZ1vKT4tYOAzaBL4n3xtdKnuQyG98yyjENEtJ/s1600/frances-ha.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv8UlI7DfcVSiaUsEUtS37l80NI8lk0rqMu8Q_aTcj_GBSNvIxQadSDc1QcZ0lPmGgnKXXosWq_9POVsPdNht0AfylRV5e0uuZZ1vKT4tYOAzaBL4n3xtdKnuQyG98yyjENEtJ/s1600/frances-ha.gif" height="223" width="400" /></a></div>
<br />rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-6225981586251941722014-12-07T00:27:00.002-02:002014-12-07T00:27:55.890-02:00Metade de mim<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyYFzVX05QGAyz9ULBYYlu3eKFK6d2Q3wX2g4uHXSD7oKekyQYScV024vu4AaNwV9jM7VXjk7d4rYAo0d-IX0_Do1XwTI38Rq8cJf67dgglKNp8k6fGeEi39Q-0jAuw4KBzljr/s1600/persuasion.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyYFzVX05QGAyz9ULBYYlu3eKFK6d2Q3wX2g4uHXSD7oKekyQYScV024vu4AaNwV9jM7VXjk7d4rYAo0d-IX0_Do1XwTI38Rq8cJf67dgglKNp8k6fGeEi39Q-0jAuw4KBzljr/s1600/persuasion.jpg" height="400" width="400" /></a></div>
<br />
Porque quando a gente decide ter esperança, não abre a porta só pra ela, mas também para a decepção. Então, é saber que se vai rir mas também chorar.<br /><br />
E a aposta leva todo mundo junto. E isso é ao mesmo tempo, responsabilidade e injustiça. É como incentivar as pessoas a irem a um passeio que pode ser ótimo, mas que demora muito a chegar.<br />
<br />
Então, todo dia eu tenho que pedir força e pedir perdão.<br /><br />E um pouco de sorte. Por favor, um pouco de sorte.rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-17516224990115249182014-12-01T00:30:00.003-02:002014-12-01T00:31:54.911-02:00Por favor, vida<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkHQ8P83itp75hi__yia3aZHPKmWSUJrghH_vqsZqeZfGKQHwBz9j1jRg7y45t4zdLU9K3BKLUN4xABHKn89rWWse-NRJlZYM_uSfaailED9g94rlUkl_nbdGWbjBUcMl6eZoe/s1600/oracao.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkHQ8P83itp75hi__yia3aZHPKmWSUJrghH_vqsZqeZfGKQHwBz9j1jRg7y45t4zdLU9K3BKLUN4xABHKn89rWWse-NRJlZYM_uSfaailED9g94rlUkl_nbdGWbjBUcMl6eZoe/s1600/oracao.gif" height="" width="500" /></a></div>
<br />rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-87581209129788524892014-11-01T00:38:00.002-02:002014-11-01T00:41:36.610-02:00Agora, lendo, percebi *Devo dizer que estar com a "vista cansada", a esse ponto da vida, ainda me prestou um maravilhoso serviço:<br />
a distancia das coisas, tão necessária a uma melhor reflexão.<br />
<br />
* <a href="https://medium.com/brasil/sobre-meu-pai-769593a03551" target="_blank">Lendo isso</a>, que é muito triste e muito lindo.rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-24008918761631654322014-10-19T14:41:00.000-02:002014-10-19T16:45:50.122-02:00O diálogo dos sonhos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXjnXfIjxiJGA6-T6aAYClrxL8NylHFXvVOlKENm2GOEaCQl4nw_Ny-2I-tknt5tNnkq1Ku53QwCpHIaociA633s6zRH3BRHPIELavu3_knm2q2CxzzMvtoJ9j-byyVkc2fJQ6/s1600/hd-trees-in-sunlight-wallpapers-free-download-amazing-high-definition-wallpapers-of-trees.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXjnXfIjxiJGA6-T6aAYClrxL8NylHFXvVOlKENm2GOEaCQl4nw_Ny-2I-tknt5tNnkq1Ku53QwCpHIaociA633s6zRH3BRHPIELavu3_knm2q2CxzzMvtoJ9j-byyVkc2fJQ6/s1600/hd-trees-in-sunlight-wallpapers-free-download-amazing-high-definition-wallpapers-of-trees.jpg" height="" width="500" /></a></div>
<br />
<div>
Desde sempre eu faço terapia. Desde sempre faço reiki. Sempre tiveram impacto sobre mim.<br />
Não sei se falei sobre isso, mas eu vi um programa do Brasil das Gerais sobre o stress, e a fala de uma monja me marcou demais:<br />
<blockquote class="tr_bq">
"Sem guerra com a vida. A vida tem sempre razão".</blockquote>
Ver a vida como um agente que nos acompanha requer vigília constante. Parece que não, mas dar voz à vida passa muito por dar voz a nós mesmos. Escutar nosso corpo, escutar nossos desejos e anseios, escutar quem somos.<br />
Desde que fui mãe, nova seara se abriu, fértil para o conhecimento. Como o tempo não para - e parece que ele tem andado ainda mais rápido - vamos sobrecarregando o nosso ser com tanta coisa que, arrisco a dizer, é muito fácil nos perdermos de nós mesmos.<br />
Cheguei num estado de exaustão e fiz nova leitura da alma.<br />
A vida me avisou, eu acatei. E comecei a pausa. E é impressionante como o processo de desintoxicação é revelador. Para o corpo e para a alma. Impressionante como a nossa cabeça responde quando a gente começa a ouvir nosso corpo. Os sonhos revelam, com muita acuidade.<br />
Esses eu tive essa noite.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<i>Momento 1</i></div>
<div>
Eu estava com uma moça que tinha dado à luz a dois bebês. E me ofereci pra ajudar a carregá-os, pois ela não estava conseguindo. Ela então, disse:</div>
<div>
- Cuidado ao pegar ele!</div>
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E eu, pegando o bebê sem medo:</div>
<div>
- Amiga, eu já carreguei muito bebê, pode deixar que eu sei como.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<i>Momento 2</i></div>
<div>
Voltei para a escola (eu gosto enormemente de estudar, então, pra mim, isso, por </div>
<div>
si, é uma coisa linda). Só que cheguei atrasada e já estava tendo atividade. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Então, eu me sentei em uma mesa e ajudei uns rapazes a resolver umas questões. O tempo estava curto e eles não iam coseguir. Então, fiz a proposta:</div>
<div>
- Eu resolvo as questões que faltam e vocês me deixam entrar no grupo.</div>
<div>
E eles aceitaram!</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<i>Momento 3</i></div>
<div>
Voltando da escola, perto do pé de uma árvore, escuto o choro de um bebê. Vou lá e o acho, ainda enrolado no cordão. Saio com ele, muito pequeno, chorando. Não queria entregar para a Polícia. Mas ele teria que se alimentar, eu teria que arranjar uma mãe. E as pessoas iam perguntar, porque era uma linda menina negra, eu não poderia nem dizer que era minha. Triste e desesperada, aconcheguei a bebê em meus braços e ela procurando o peito para mamar. Eu dei o peito, pensando que pelo menos o aconchego ele poderia fornecer.</div>
<div>
Mas eis que vem a surpresa:</div>
<div>
para meu completo espanto, ela começa a mamar e vejo o movimento no seu pescoço - sua garganta estava engolindo algo! Saia leite do peito em que ela mamava, mesmo eu não tendo leite há tanto tempo. E não só isso, o outro peito começou a encher e a pingar.</div>
<div>
<br /></div>
rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-84057289976706509732014-09-04T21:15:00.001-03:002014-09-04T21:15:35.812-03:00VentaniaO vento veio frio, ventou nas minhas asas, levou mais um tanto das minhas ilusões. Com isso, abracei-me e me senti ainda mais.<br />
Ainda mais.<br />
Todo luto traz um pouco do frio da terra e da morte.<br />
Todo luto ao mesmo tempo mata e descansa.<br />
Todo luto é luta.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS_KUPRB7tMENbp9eVJujElVJ48uNYTJ22upiJwxQpFXDG1be7lje2OSNOFV49OnBdj5AaSG_EB84jEZy_1XhoDs4El_cajk7NRhi9yoyYxFfQWH0I34q_4FDSCGoZzbRRKZPq/s1600/maleficent.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS_KUPRB7tMENbp9eVJujElVJ48uNYTJ22upiJwxQpFXDG1be7lje2OSNOFV49OnBdj5AaSG_EB84jEZy_1XhoDs4El_cajk7NRhi9yoyYxFfQWH0I34q_4FDSCGoZzbRRKZPq/s1600/maleficent.jpg" height="228" width="400" /></a></div>
<br />
p.s. Muito, muito tocada por <a href="http://bit.ly/1vUptML" target="_blank">Maleficent</a>.rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-2383568810052634752014-07-24T23:43:00.000-03:002014-07-24T23:54:38.801-03:00Não é você, sou eu.<blockquote class="tr_bq">
"Como as pessoas lhe tratam é o karma delas, o modo como você reage, é o seu karma."<br />
<blockquote>
Wayne Dyer</blockquote>
</blockquote>
<br />
Eu creio que o momento do ensinamento é semiótico. Existe um incômodo provocado pela relação entre signo e sentido, dentro e fora de nós. No momento em que estou numa situação de relação com uma dificuldade, imediatamente, é a frase de Wayne Dyer que me surge. E ela está aqui, inquieta e bombeante, como um segundo coração, a pressionar meu peito. E me faz - bendita semiótica, de novo - pelo contato com o outro, ter a oportunidade de me fazer melhor.<br />
<br />
Duas das coisas que me incomodam sobremaneira:<br />
1) O sujeito agir de forma irracional mesmo sabendo, tendo todos os fatos. Piora, quando ele é consciente, capaz, letrado, inteligente. Multiplica de horror, quando ele desconsidera tudo isso contra até a si mesmo, que em tudo mais na vida, age com extrema racionalidade;<br />
2) O sujeito fazer o 1 mesmo sabendo que isso vai desencadear em sofrimento de outra pessoa. Piora quando ele simplesmente opta por nem questionar a possibilidade da existência do outro e das consequências sobre ele. Porque uma coisa é prejudicar a si, direito natural e acoplado a outro, o chamado livre arbítrio. Mas despejar no outro a inconsequência dos próprios atos, pra mim, é demais.<br />
<br />
E eis aí meus karmas, meus amigos.<br />
<br />
Acabei de dizer a mim: há 15 anos atrás estava eu às voltas com uma situação assim mesmo. Naquele tempo isso já me doía pelos mesmos motivos (1 e 2). Mas naquele tempo, à procura de justificativas, existia aquela que ainda recebe muito cafuné de vovó: a juventude. A juventude que existe pra isso, pra errar e aprender.<br />
<br />
Eu sei, eu sei que não somos totalmente racionais, eu não sou, pasme. Mas faz parte do respeito que eu tenho comigo e com todos, que eu me lembre sempre de ser o mais observador possível , que eu ilumine com a luz que eu tiver, o mais possível os meus caminhos, para que eu faça o melhor de mim, passo a passo. De modo que meu passo seguinte cuide de não apagar meu passo anterior e assim por diante, porque é preciso, por uma questão de amor próprio e ao outro, que sejamos o mais justos possível. A evolução é o maior presente que existe e eu não quero desapontá-la por motivos fúteis como passar a perna em mim mesma, como se "não estivesse ninguém olhando". Para mim, isso não é só um motivo de vergonha, isso é um desrespeito com a evolução. Errar não, errar é muito humano, mas escolher o erro porque sim, porque eu não quero fazer o trabalho duro de acender a luz, não!<br />
<br />
Então eu sempre fui essa pessoa. Antes, eu não perguntava e já dizia "olha, é isso que está acontecendo". E, claro, ninguém quer ouvir o que está acontecendo, as pessoas procuram por outras pessoas que tendem a dar as respostas condizentes com as perguntas que elas tem. O resultado não poderia ser outro e eu perdi vários amigos por dizer "o que estava acontecendo". Eles me evitavam porque, óbvio, ninguém quer olhar pra pessoa que desmascara nossos planos. Ninguém quer diante de si o retrato de sua fraqueza.<br />
<br />
Aí, eu comecei a só responder quando me perguntavam. O resultado continuava sendo o mesmo, porque a questão continuava a mesma: se você quer se enganar, ok, mas não tente ME enganar com uma história que não para em pé nem em puro concreto.<br />
<br />
Mudei novamente, e o que tenho feito até agora é fugir. Abster-me de refletir a imagem que as pessoas evitam, para tentar manter as amizades. Um processo ruim e doloroso para mim. Porque fugir, pra mim, é sintoma de covardia. O sentimento é de ter que vender armas pra ficar vivo na guerra.<br />
<br />
Mas eis que essa frase surge de novo: como eu reajo é o meu karma. É a minha incapacidade que grita. A incapacidade de não fazer efeito, de ver que as pessoas, que a vida, tem uma matemática que trata o erro como material tático tal qual como trata o acerto. É a minha incapacidade de lidar com o fato de que as pessoas são capazes de ser seu próprio pombo enxadrista, infinitas vezes. É a minha incapacidade de entender que o erro vai acontecer para sempre, com ou sem o ambiente propício e porque sim, porque o erro, se não for escolha, será para sempre uma faceta do dado, sob a mesma ação de causalidade de todos os outros lados. É a minha incapacidade de entender e aceitar que mesmo a gente tomando nota e conta de cada item, o resultado nunca será, de fato, sem dúvidas, apenas a soma de seus produtos. Sempre haverá que se ter espaço para tudo virar, a qualquer momento. É a minha incapacidade de lidar com o indefinido.<br />
O indefinido, o inesperado, o acaso, o inexplicado, o não natural, o incoerente.<br />
É a minha incapacidade de aceitar que o homem sou eu. E que a vida, a vida é travessia mesmo.<br />
<br />
(E só agora, nessa última frase eu entendi o que "travessia" queria dizer. Não é lugar, é verbo.<br />
<br />
PUTZ, ROSA. Gratidão, Karma.)<br />
<br />rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-76963268464121495982014-06-13T01:51:00.001-03:002014-06-13T01:51:46.458-03:00Bloglovin - novidade<a href="http://www.bloglovin.com/blog/12407233/?claim=9w458nvgfvv">Agora é possível seguir este blog pelo Bloglovin!</a>
Assim, quando houver postagens, é possível saber rapidamente.rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-9905266218512752382014-06-09T16:42:00.000-03:002014-06-09T16:59:29.092-03:00Nada é "apenas" quando tudo é sentidoSempre quando escuto alguém dizer que algo "é apenas uma piada" ou que "isso não tem nada a ver com a verdade ou a realidade", eu respondo que nada é "apenas". E que tudo, absolutamente todos os comportamentos que replicamos são culturalmente aplicados e com isso, culturalmente aceitos.<br />
<br />
A cultura é construída e impingida da mesma forma: através da repetição. Mas engana-se quem entende que isso é feito claramente, explicitando-se os valores como um ditado. Os valores vão sendo passados através dos costumes, do lazer, do cotidiano. Isso quer dizer que, sim, valores são introduzidos e mantidos através da literatura, das artes e claro, através dos meios de comunicação.<br />
<br />
A série <a href="http://www.minhaserie.com.br/serie/223-mad-men" target="_blank">Mad Men</a>, por exemplo, traz isso muito claro ao mostrar como o hábito de fumar foi quase que completamente inserido na sociedade através da Tv e do cinema. Fumar que, aliás, passou a ser um hábito entre as mulheres através dos anúncios de cigarro em vários veículos de propaganda, mas não só a propaganda direta, mas a indireta, com o cigarro sendo usado por estrelas e pessoas de "prestígio".<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx0r6UQxlSP2A5w-VKTiILusxDR_nPoaZ-UI8GyTSZh50mfphyPZ9ctExgeI4X14s594SoOdlRm5BtPRmrlSTCpYVLXWxgPcm63yS-tRJFOH3YdYo_A3rc0A-Cf4AC60Fu9d0Y/s1600/madmen_1_long_image.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx0r6UQxlSP2A5w-VKTiILusxDR_nPoaZ-UI8GyTSZh50mfphyPZ9ctExgeI4X14s594SoOdlRm5BtPRmrlSTCpYVLXWxgPcm63yS-tRJFOH3YdYo_A3rc0A-Cf4AC60Fu9d0Y/s1600/madmen_1_long_image.jpg" height="240" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A série Mad Men traz o cotidiano de uma agência de propaganda<br />
no meio do século passado.</td></tr>
</tbody></table>
A cultura dos meios de massa sempre vendeu mais que produtos. Isto porque os produtos não são vendidos apenas como soluções de problemas. O consumo precisa acontecer durante todo o ano e por muitos anos para que os produtores se sustentem. Por isso, o investimento não é só em produtos melhores mas em "estilos de vida de consumo". Desta forma, as sopas rápidas por exemplo, não são somente comidas que levam menos tempo para serem preparadas, elas "servem" à "pessoas ocupadas que não tem tempo a perder".<br />
<br />
Mas este estilo de vida teoricamente está em todo lugar. Ele existe, mas não exclusivamente. O que quer dizer que ele precisa ser mantido. Porque - e essa é outra coisa que é vendida no mesmo pacote - nós não temos a dimensão desse estado e não sabemos até que ponto estamos "todos sem tempo a perder". Então esse conceito começa a aparecer em todos lugar também: nos jornais, nos filmes, nos livros. E segue a produção de mais coisas que suportam este conceito. E isso vale para a maior parte do que conhecemos, inclusive e principalmente, nossos valores. O rosa e o azul como cores de gênero, por exemplo (mas isso é tema para outro texto).<br />
<br />
Ontem eu fui apresentada a uma série nova, chamada <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sleepy_Hollow_(s%C3%A9rie_de_televis%C3%A3o)" target="_blank">Sleepy hollow</a>. Tinha tudo para ser uma série muito boa em muitos sentidos, não fosse a enorme carga de preconceito que há, mesmo sob uma capa de "avanço", trazendo como protagonista uma mulher negra (especifiquei mais sobre <a href="https://www.facebook.com/rosipacheco/posts/10152235700168843" target="_blank">num post no facebook</a>).<br />
Guardada lá, nas entrelinhas, mais uma produção ensinava meritocracia, supremacia branca, juízo prematuro de valor. Mas, e esse é o motivo desse texto, não é sempre assim e existem exemplos de como os valores comprometidos com a humanidade podem sim, ser transmitidos de forma aberta, criativa, empática, sem cheirar à cartilha.E aconteceu numa série descomprometida, chamada <a href="http://supernaturalislife.com.br/">Supernatural.</a><br />
<br />
Dean volta até uma casa que recebe garotos "com problemas com a lei", local onde ele, um dia, também esteve. Logo ao chegar, percebe o local um pouco mais vazio do que quando ele esteve lá, e pergunta sobre a razão disso acontecer. O dono do local dá, triste, o veredito: "hoje a polícia só pensa em prender. Ninguém mais dá a chance para que alguém se recupere". Perceba: ao contrário de Sleepy hollow, a discussão aqui é no sentido de apoiar a mudança através de meios da própria sociedade que produziu a marginalização e não, cruelmente e simplistamente, reduzindo a decisão exclusivamente ao sujeito marginalizado. Lá neste abrigo, Dean encontra um garoto franzino, que usa óculos, que oferece a ele um aperto de mão um pouco frouxo. E ai segue-se uma passagem de valores feita de um modo sincero e educativo, para todos os possíveis envolvidos:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicMs_CnMl2IKjF002q8BeemJlXlXh9pyZgNLghjLhIb2ElD-ILISFGXMVHSwITPH3Vw7F2xXA1sRK_hXmZQRT9lUhmPw4cKdghJ4JrR9IfyKVa7AtFGKSsPAtReeQlrjSFUcS9/s1600/supernatural-handshake.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicMs_CnMl2IKjF002q8BeemJlXlXh9pyZgNLghjLhIb2ElD-ILISFGXMVHSwITPH3Vw7F2xXA1sRK_hXmZQRT9lUhmPw4cKdghJ4JrR9IfyKVa7AtFGKSsPAtReeQlrjSFUcS9/s1600/supernatural-handshake.jpg" /></a></div>
<br />
Ao notar o aperto de mão fragilizado e tímido, o que Dean, como adulto, resolver fazer? O que todo adulto deveria fazer com uma criança, para começar qualquer diálogo: ele se abaixa, para ficar do tamanho dela (note pela posição da camera que ele fica até um pouco abaixo). Em seguida ele faz uma pergunta que começa com "se" ("Se você vai ser um homem..."), porque não se pode, nem se deve, obrigar pessoa alguma a fazer o que quer que seja contra sua vontade. E depois ele pede que a criança experimente o que ele está dizendo, de forma que ele aprenda, não numa situação de stress, mas em um momento calmo e com uma pessoa que não lhe quer mal, como deve agir, não com o objetivo de se dar bem ou ser maior, mas com o objetivo de permanecer bem e sobreviver. E logo após, estória que segue.<br />
<br />
Então o que aconteceu ali naquele episódio? Uma passagem de valores dentro de um produto de consumo. Valores que são transmitidos através da cultura.<br />
Cultura que pode e tem, sim, o poder de ajudar na transformação dos valores, para que tenhamos pessoas melhores, mais tolerantes e respeitosas. Não é apenas um sereado. É um produto cultural feito por pessoas e para pessoas e só por isso, já é carregado de sentido.rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-3123450780808741672014-06-07T19:27:00.001-03:002014-06-07T19:27:30.110-03:00Os momentos que antecedemOs momentos que antecedem a possibilidade de um porvir mais feliz... cheios de esperança, como frangos cheios à espera da ceia. A festa pode acontecer ou não. Mesmo assim, limpamos os talheres, colocamos o pano colorido na mesa, um arranjo em seu centro.<br />
Mesmo assim, passamos o dia inteiro a cozinhar e a montar os pratos.<br />Um dia como outro qualquer, mas que carrega o desejo que o traveste de ímpar.<br />
A festa pode acontecer ou não.<br />
Ela podia tanto ser especial.<br />
Ela podia tanto acontecer.<br />
Os momentos que antecedem a possibilidade de um porvir mais feliz... vazios como nunca, mudos de vontade e de cansaço.<br /><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1Znkwx4wx4_4iuudq-istoGkkzRFGn4dMz-rXzZ_4p-OQ6LZIBTSvMi96d-_u6XqEATry6NhoWfkJ7oEKyW1l6XiM2cfRKiF-dInrrdsVQfXND-tJffb0hHT8RL3O3Lp3trTT/s1600/Nicolas_Party_Shell-650x487.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1Znkwx4wx4_4iuudq-istoGkkzRFGn4dMz-rXzZ_4p-OQ6LZIBTSvMi96d-_u6XqEATry6NhoWfkJ7oEKyW1l6XiM2cfRKiF-dInrrdsVQfXND-tJffb0hHT8RL3O3Lp3trTT/s1600/Nicolas_Party_Shell-650x487.jpeg" height="298" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Shell - Nicolas Party</td></tr>
</tbody></table>
<br />rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-21261000893791712902014-05-11T12:36:00.003-03:002014-05-11T13:28:59.501-03:00Deixe que venha, deixe que váDesde sempre, eu nunca entendi o amor que as pessoas tinham por suas mães.
Eu nunca tive esse amor, não assim, do coração.
Minha recordação mais remota é de minha mãe deitar-se de costas pra mim, na cama. Ou me deixar sozinha em casa e eu ter tanto medo, que batia colheres em panelas, pra fazer barulho e ela chegar, quem sabe.
Também me lembro vivamente de ela amarrar meu cabelo com tanta força que me deixava a cabeça doendo. E quando ia me dar bronca, puxava ainda mais esse cabelo.
Ela nunca me deu colo, nem quando eu precisava a ponto de estar explodindo de dor.<br />
<br />
Quando eu me cortei e tinha minhas pernas sangrando como nunca e gritei pedindo que ela fosse buscar um curativo, ela virou as costas e foi embora, dizendo que com gritos eu não conseguiria nada.
Quando eu briguei com meu pai e ele me deixou sem dinheiro, ela disse que não me daria nenhum tostão, que aquilo era problema meu, que eu que me virasse "quem mandou brigar com seu pai".
Eu nunca soube o que era sentir saudades da comida da minha mãe.
(Ah, lembrei agora de uma copias boa: ela um dia me contou histórias. Era uma só, da D. Mariquinha que tinha um quintal e uma árvore e nela um João de barro, que buscava água da piscina pra fazer sua casa. Mas também lembrei que ela tinha muito pouca paciência e nunca contava duas vezes.)<br />
<br />
Aí, ela teve um derrame. E com ele o motivo máximo pra se inocentar de tudo, culpar a doença por tudo e me dar mais uma culpa, já que agora eu não tinha amor não só pela minha mãe, mas por uma pessoa incapacitada.
Muito tempo mais tarde, ela buscava meu pão de queijo da manhã, ia comigo pro ponto de ônibus pra eu ir pro colégio, muito depois, pra ir pra faculdade. Talvez tenham sido essas suas melhores ações para comigo.
Nunca me escutou de fato, nunca quis saber se eu era verdadeiramente feliz.
Espanto nenhum de tudo isso. Ela não queria filhos, não queria filho algum. Conseguiu tirar todos. Eu, meu pai não deixou.<br />
<br />
Ao longo da vida, porém, a própria vida me deu várias mães emprestadas. Lembro especialmente de uma sogra que me ajudou muito, me deu muito, em todos os sentidos. Algumas amigas mães, que, coitadas, tiveram esse papel pesado sem saber. E a própria vida mesmo, que sempre foi generosa, muito generosa. Talvez ela, sim, a minha própria mãe.<br />
<br />
Hoje, não sei mais o quanto desse amargor é feito de mim ou do que fizeram de mim. Não sei o quanto eu sou uma mãe ruim por conta do que eu sou, ou por conta do que fizeram de mim. É... porque ainda assim, eu vim a ser mãe. Com amor, sim, mas com esse amor em mim que é tão estranho e que sai da mesma forma, estranho, surdo e manco.<br />
<br />
Um dia eu fui saber de minhas vidas passadas e ouvi o que ouvi depois de todos em que eu fui: "aqui nesta vida, você veio sem pai nem mãe. Seu pai não é seu pai, sua mãe não é sua mãe. Você veio só." Continua sendo estranho ouvir isso. Mas isso também libertou. Eu não tenho remorso algum de não ter amor pela minha mãe. Eu não tenho remorso algum de não ter vínculo com ela, já que ela sempre fez absoluta questão de não vincular-se a mim. Infelizmente, eu sinto, não sei porquê, a dor do abandono, mas não sinto por não amar.<br />
<br />
Mas, eu sinto algo pela minha mãe, hoje. Eu sinto, hoje, depois de anos de luta interna, (e muita terapia) uma imensa comiseração por ela. Por ela ter sido obrigada a ter uma vida que não queria, com quem ela não queria. Por ter sido obrigada a hospedar e viver com quem ela não desejava. Eu já tive muita raiva da minha mãe, eu já tentei lhe dar presentes, eu já tentei fazê-la feliz, tudo absolutamente sem sucesso. Mas hoje eu posso dar um presente a ela - ela, sem saber - e a mim, como filha, como mulher e finalmente como mãe: o perdão.<br />
<br />
Hoje, te digo, Ruth, você mãe, como mãe, pode ir, eu te perdoo. E te recebo como uma pessoa, que como toda pessoa, é falha e que merece ser deixada em paz pra você ser o que quiser ser.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisaaDmaqNLFW0VLXemQ0hqDFHz0lT0k1uDLG3OOVKXOgq8XzrlkutMhxdNjqDxOV7y35IwI0VyC4pPnj6HXvalzW8L8X5wppn8nhxNL6srB0zCw16EtYDk-VJbsZYw_lKid9co/s1600/blog-capturadordesonhos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisaaDmaqNLFW0VLXemQ0hqDFHz0lT0k1uDLG3OOVKXOgq8XzrlkutMhxdNjqDxOV7y35IwI0VyC4pPnj6HXvalzW8L8X5wppn8nhxNL6srB0zCw16EtYDk-VJbsZYw_lKid9co/s1600/blog-capturadordesonhos.jpg" height="270" width="400" /></a></div>
<br />rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-89671574786141283062014-04-24T17:16:00.000-03:002014-04-24T17:16:10.205-03:00Visão da felicidadeProvavelmente uma das coisas mais bizarras que já falei, mas...<br />
uma das realizações que, para mim, mais significam felicidade é uma "Dona preta". Sim. Toda vez que eu vejo uma senhora negra mais velha eu acho que é a maior simbologia de coisa boa. Eu tenho imediata vontade de ir pra casa dela tomar café e ficar ali esperando ela me mandar fazer qualquer coisa, lavar, ligar o rádio, sei lá. <br />
Agora tô vendo o curso da <a href="http://www.eduk.com.br/ao-vivo/795-confeccao-de-saias-e-vestidos?c=news_aviso_confeccaodesaias_aovivo_24042014" target="_blank">eduK</a> e tem uma senhora costurando.<br />
E descobri que a segunda realização que significa felicidade, para mim, é uma dona costurando.<br />
Tá chovendo, tô tomando um café, completamente hipnotizada pela dona costurando, desejando imediatamente ir pra lá, ficar do lado dela, esperando ela me mandar fazer alguma coisa, tipo, pegar linha, trazer café, sei lá.<br /><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg7Ft5I8ama1xzVpe4iQXcLnP4SwlXQ4zsR7FT6bh0S4RAnKI6fgOV3qBmn9s_Q8autqMtzKLo2gX9WJ_vLWZixJP5JVh0RpTwJznXPQWocLr8Y0h8pliWYP7zXS5ohFuY_oTq/s1600/costureira-felicidade.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg7Ft5I8ama1xzVpe4iQXcLnP4SwlXQ4zsR7FT6bh0S4RAnKI6fgOV3qBmn9s_Q8autqMtzKLo2gX9WJ_vLWZixJP5JVh0RpTwJznXPQWocLr8Y0h8pliWYP7zXS5ohFuY_oTq/s1600/costureira-felicidade.jpg" height="225" width="400" /></a></div>
rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-5595218109674618212014-03-09T20:06:00.000-03:002014-03-09T20:14:13.849-03:00Alabama MonroeO cinema sempre foi muito importante pra mim. E ele realmente me ajuda a viver. Tal como a arte.<br />
Mas depois que tive filho, eu praticamente não fui mais ao cinema. Pelo tempo, pelo cansaço.<br />
Mas também por algo mais.<br />
<br />
Na verdade, com já disse aqui, ter um filho me machucou muito. Machucado como o ralado no joelho, como a perda da virgindade, como o coração quebrado, como tudo aquilo que nos faz passar de fase.<br />
E desde então, eu não consigo mais ver muitas coisas sem que eu me emocione por demais.<br />
<br />
Só que agora, escutando - tardiamente - o <a href="http://www.brainstorm9.com.br/45701/anticast/anticast/" target="_blank">Anticast com as apostas do Oscar</a>, eu estou sentindo, de novo, o cinema aqui, como meu terceiro filho (eu tenho um humano e um gato), pedindo por mim. <br />
<br />
E dessa vez foi muito estranho porque eu estou descobrindo que eu tenho estado afastada de viver. Tenho ansiado muito por sentir, por viver, por viver da vida, não ser consumida pelas necessidades.<br />
<br />
E quem despertou isso foi justamente a vontade de ver <a href="http://www.cinemaemcena.com.br/plus/modulos/filme/ver.php?cdfilme=13576" target="_blank">Alabama Monroe</a>. Um filme sobre... isso. Sobre o que a vida se torna depois que somos postos à prova da própria vida. Sobre o que resta depois de sermos confrontados com o retrato de nós mesmos, assim, à nossa frente.<br />
<br />
Eu não sei. Mas eu sinto muito. E estou ficando muito cansada de ficar longe de todas as coisas que me fazem ser eu, por menores que essas coisas sejam. (às vezes penso que isso é ser adulto e... eu não sei, mas eu sinto muito.)<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicW06rUOacvDVfxDjGsvRsMHHC7ptrkxofMMRyvh6BGSGAkiiHhsMSUi4KPGiMpjDV6y1gmiVQAJeeT9Ei1yvhpx-A3qO9j76nJ1rb0mmzSOGst1snUnglUFhGVepKeYojRWsl/s1600/alabama-monroe-23239-low.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicW06rUOacvDVfxDjGsvRsMHHC7ptrkxofMMRyvh6BGSGAkiiHhsMSUi4KPGiMpjDV6y1gmiVQAJeeT9Ei1yvhpx-A3qO9j76nJ1rb0mmzSOGst1snUnglUFhGVepKeYojRWsl/s1600/alabama-monroe-23239-low.jpg" /></a></div>
<br />rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-68521915087750207512014-03-01T21:55:00.002-03:002014-03-01T21:56:46.967-03:00O sangue tem poderEu insisto tanto em que a gente precisa ter empatia porque, a cada dia que passa, acho que ela é a medida para que sejamos mais humanos.<br />
Nós nunca sabemos das coisas "até que".<br />
Hoje, mais de 25 anos depois me lembro de uma moça, parente dos meus pais, que passou um tempo em minha casa se tratando de leucemia.<br />
E lembro exatamente dela chorando no parapeito da varanda. Uma pessoa azul esverdeada - não há figura de linguagem para uma pessoa que passa pela quimioterapia, é uma morte em vida - com um lenço branco na cabeça já sem muitos cabelos.<br />
E só hoje, 25 anos depois eu SENTI: ela chorava não porque ela sabia que ia morrer.<br />
Só hoje, 25 anos depois eu me lembrei: ela tinha um filho de 5 anos.<br />
Só hoje, 25 anos depois, eu SENTI por ela. Eu senti um pouco, um átimo da dor que ela poderia estar sentindo.<br />
E eu, como mulher, eu assumo: eu posso estar muito mais emotiva porque é possível que eu vá menstruar logo. Mas não é pejorativamente que eu agradeço infinitamente por ter, pelo menos uma vez por mês, um motivo que me faça sangrar. Sangrar sangue, sangrar memórias, sangrar dor, alegria, sangrar perdão, sangrar empatia. Ainda que tarde.
rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-46521173930912649732014-02-17T20:42:00.004-03:002014-02-17T20:47:36.094-03:00EntreabertoAs entrelinhas.<br />
Ninguém te fala das entrelinhas. E é exatamente nelas que está o problema, que se concentra o cerne de entendimento da questão.<br />
A gente curte e compartilha o início e o fim. O enquanto é totalmente renegado, sendo que nele, justamente, é que está a matéria que realmente significa.<br />
Por exemplo, o filho.<br />
Por exemplo, agora, o regime. Existe o antes, a pessoa gorda querendo se livrar dos seus excessos. E existe aquela imagem do corpo livre, depois da dieta. Mas o que é a dieta? Ah, é apenas um cardápio e uma reeducação.<br />
Apenas.<br />
Ah, é tudo menos apenas. Porque as pessoas até avisam que é bom ter gelatina, é bom ter leite, queijo e ovos. Avisam que sim, uma vez ou outra você pode comer um docinho.<br />
Mas não avisam daquela sujeira entre os tijolinhos. As entrelinhas.<br />
Não avisam que seu intestino vai mudar e com ele, todo o seu humor.<br />
Não avisam que seu sono vai mudar, que sua disposição vai mudar, que todo o seu corpo vai mudar. Não avisam que você sente a abstinência durante e não após. Não ensinam que seu corpo chora o sacrifício, silenciosamente. Não avisam que seu corpo chora, a alma em companhia. Não avisam que quando você se pesa, a vontade que tem nem é avisar ninguém, a vontade que se tem é a de chorar. Chorar o castigo do corpo que chora em silêncio. Fazer companhia a seu corpo e à sua alma.<br />
Eu sei que é a saúde, é.<br />
Mas é também envergar-se diante da vida, mais uma vez. Pra caber nas roupas, pra poder viver mais tempo, para "aparecer melhor" no emprego. É uma vitória e uma derrota diluídas no copinho.<br />
Não tenho como não lembrar de <a href="http://diversao.terra.com.br/gente/atriz-emagrece-e-surge-irreconhecivel-em-evento-beneficente,273bf286a945a310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html" target="_blank">Raven-Symonè, atriz que protagonizava uma série televisiva</a>, comentando, não sem um pouco de tristeza, que emagrecera muito mais pros outros, pro mercado, do que pra si.<br />Senti quando li, sinto agora, assim, cada vez mais vazia.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdHwScKGJ783W9iTlyVYGYarlnZ1nSy5J6BJLeMg3HsYf-fSGiby3M1ayCEeqY68ZqVkR6CafYnFCARcgJerWnH0MAKkIO1aS4tZHn4ckycE0y9nLo2h6wTr2mOx_PDlNHTUN8/s1600/between-bricks.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdHwScKGJ783W9iTlyVYGYarlnZ1nSy5J6BJLeMg3HsYf-fSGiby3M1ayCEeqY68ZqVkR6CafYnFCARcgJerWnH0MAKkIO1aS4tZHn4ckycE0y9nLo2h6wTr2mOx_PDlNHTUN8/s1600/between-bricks.jpg" height="" width="500" /></a></div>
<br />
<br />rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-24863603420163837372014-01-30T23:33:00.002-02:002014-01-30T23:56:08.929-02:00Apenas uma notaJá a algum tempo eu tenho sempre o mesmo desejo: tomar um café, somente eu, num café desconhecido, numa rua desconhecida, no meio da tarde. Tomar esse café assim, somente eu e ele, e assim ver a vida, sem que absolutamente nada me venha à mente.<br />
Essa situação não é nova. Ela é exatamente a descrição da cena feita por Juliete Binoche em <a href="http://entree-virgulas.blogspot.com.br/2013/04/critica-liberdade-e-azul-1993.html" target="_blank">A liberdade é azul</a>. No filme, ela executa a solidão do luto, ao mesmo tempo que se deixa reconstruir em meio às ruínas que ficaram de sua vida anterior. Ela tenta se libertar da vida que não pode ter mais, tentando também não ser engolida pela morte de sua família, pela morte de si mesma que se deu com a morte deles. Ela luta, porque tudo que há é morte. Apesar de ela estar, inexplicavelmente, inclementemente só e viva.<br />
É sempre assim. Desde sempre tenho essa vontade de responsabilizar-me por mim. Sinto essa responsabilidade de saber que independente de qualquer coisa ou pessoa, eu existo e isso me coloca em posição de ter que me haver com as coisas. Nada que se aproxime de mim eu a sinto menos. Tudo se decorre, perto ou mesmo ao longe, mesmo do outro lado do mundo, tudo se resvala em minhas pernas, como os pequenos galhos e pontas das folhas das ribanceiras nos cascos de um barco.<br />
Ontem, eu sonhei que algumas amigas iam me mostrar uma praia, que apesar de ficar lá no Oriente, custava pouco dinheiro para ser alcançada. Elas iam me ensinar o caminho. Era o meio da tarde, mas elas insistiam que com o fuso horário, haveria sol suficiente para ir e voltar.<br />
Aí, agora eu me deitei e disse pra mim, num suspiro:<br />
- Durma e me leve praquela praia.<br />
E entendi: morrer deve ser dormir e acordar na praia dos nossos sonhos. Deve acontecer de a gente dormir e ir, finalmente, ver o mar. Finalmente <i>estar</i> lá. Finalmente, pisar na areia, no mar azul com o céu azul, naquele calor que é impossível de acontecer aqui, já que ele tem ao mesmo tempo aquela luz amarela e aquele leve torpor, como são as manhãs da infância que a gente tem na memória.<br />
Eu sabia, também a algum tempo, que os anos iam sepultar muitos sonhos.<br />
Mas eu jamais imaginei que eles afastariam tanto a vida daquele consolo de felicidade que aquece o coração. Eu jamais imaginaria que o calor matinal da infância seria sepultado em vida, a ponto de existir somente este esforço de manter-se em pé, atento, com sono leve. Eu jamais imaginei que a força de estar de pé, lúcido e responsável fosse capaz de transformar minhas mais doces memórias de aconchego em sonhos mais que distantes, em ilusões feitas de açúcar e ar. Eu jamais imaginei que estar de pé, lúcido e responsável fosse a vitória do medo.<br />
Então, de tempos em tempos, nessa afã de querer tão profundamente o mar e a areia e o céu azul e morno mesmo acordada, eu queria apenas poder tomar um café, um único café destituído do peso de estar em pé, lúcido e responsável.<br />
------------------------------------------------------------------------------------<br />
Fui procurar o link para o filme e, claro, encontrei:
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<i>O luto, de modo geral, é a reação à perda de um ente querido, à perda de alguma abstração que ocupou o lugar de um ente querido, como o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e assim por diante.</i> – Sigmund Freud
</blockquote>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEignGFFdQMTiOgrbenB1INoqYFPkX_UXyejhJ05xUk-8FPfXcjldZVrAUlNCD9qV0G26-joJFUZGiVvVri3M6hbyqVOlC_k87tzVootpGEQMg2TZvLKuoXZd1YPgbX3UBVuBjGb/s1600/bleu.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEignGFFdQMTiOgrbenB1INoqYFPkX_UXyejhJ05xUk-8FPfXcjldZVrAUlNCD9qV0G26-joJFUZGiVvVri3M6hbyqVOlC_k87tzVootpGEQMg2TZvLKuoXZd1YPgbX3UBVuBjGb/s1600/bleu.jpg" height="310" width="470" /></a></div>
<br />rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-88464205725971049492014-01-17T22:56:00.000-02:002014-01-17T23:08:05.021-02:00Num seriado de TV<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLW641AA5h6GmL8mmf-SmDA6NAGxO95JiCpl8y1n0fWLLkJ7EcaznKzmsHGP47NTu3M1QbESCmlg8WiWv24_9wkCLWzpGM90WxvYupr5XaVfeQAZPftRaE8ySZPCBQiB1lLlNA/s1600/homeland-carrie.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLW641AA5h6GmL8mmf-SmDA6NAGxO95JiCpl8y1n0fWLLkJ7EcaznKzmsHGP47NTu3M1QbESCmlg8WiWv24_9wkCLWzpGM90WxvYupr5XaVfeQAZPftRaE8ySZPCBQiB1lLlNA/s1600/homeland-carrie.jpg" height="252" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Carrie, personagem de Claire Danes no seriado Homeland. Via: <a href="http://pipocatv.com.br/" target="_blank">Pipoca na Tv</a></td></tr>
</tbody></table>
<br />
"<i>Tudo que você queria que acontecesse está acontecendo. Todo o sofrimento e abnegaçao por que você passou para que as pessoas o vissem como você via... agora você conseguiu. Todos o enxergam como você o enxergava, Carrie.</i>"<br />
<br />
Só que ela mudou seu jeito de ver.<br />
<br />
E veja se isso não é um pequeno resumo de nós e nossas crenças, enquanto o tempo passa.rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-32559340602272471332013-12-31T08:57:00.001-02:002013-12-31T08:59:39.350-02:00Chega de sobreviver<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFnYBd8HcPjpDKxULNboJhRCt8ttbnvN6qrgD6pL4cwwDV7IS3lB4t8mNNoYhGFSc57uDj3fm1pl0xVakp9eVMLhZw_BtF-I_wASle6VevjDnL5-Aop64gxr4wrPl6B61dbu8O/s1600/feliz2014-land.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFnYBd8HcPjpDKxULNboJhRCt8ttbnvN6qrgD6pL4cwwDV7IS3lB4t8mNNoYhGFSc57uDj3fm1pl0xVakp9eVMLhZw_BtF-I_wASle6VevjDnL5-Aop64gxr4wrPl6B61dbu8O/s400/feliz2014-land.jpg" width="440" /></a></div>
<br />rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-67983980157196827662013-12-14T22:09:00.003-02:002013-12-14T22:21:28.043-02:00A vida, o luto, a luta, o descobrir, a vida.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy4vGDUVCB7SHbhzvpLGR-HKdyKxD6UQFJpVWxHR839M0h54f-7D3Go9TNdIzfJbWUOcoWjPbGzQGQP7qqJuSiGTVU0YuNgIUJiFxRBQU6GW17RZilw0vGnhl8kFSHF5ii630L/s1600/takemyhand.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy4vGDUVCB7SHbhzvpLGR-HKdyKxD6UQFJpVWxHR839M0h54f-7D3Go9TNdIzfJbWUOcoWjPbGzQGQP7qqJuSiGTVU0YuNgIUJiFxRBQU6GW17RZilw0vGnhl8kFSHF5ii630L/s400/takemyhand.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Viver ainda é o desafio maior. Viver é ao mesmo tempo viver e ver. E a vida é dada a cada um. E a vida é sempre infinita.<br />
Mas ser mãe foi a coisa mais extrema que me aconteceu. Equivale apenas àquele abandono que sentimos quando descobrimos que somos sós.<br />
Hoje eu percebi isso de novo, lendo este texto, que copio aqui, pra não perdê-lo e sempre poder encontrá-lo e lê-lo novamente:<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<i>Imagine-se em um lugar inteiramente novo: pessoas
desconhecidas, cheiros, gostos e sons inteiramente novos, uma língua que você
ainda precisa aprender a falar e compreender, lugares misteriosos e caminhos
que podem ser interessantíssimos e cheios de descobertas e aprendizado, mas
você não tem a menor ideia de onde é que vão te levar.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>É como uma viagem a um destino inédito: experimenta-se o
susto pela novidade, pelo mistério, pelo desconhecido. Mas também a expectativa
e a maravilha de olhar algo fresco, de se entregar a algo que não sabemos o que
será, mas intuímos que será bonito, revolucionário, transformador.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Assim é o mergulho na maternidade, quando da chegada do
primeiro filho. De repente e de um modo às vezes assustador, a vida passa a ser
outra. Uma vida que desconhecemos e exige de nós muita mudança e muita coragem.
É uma realidade inteiramente nova, a acontecer de modo totalmente desconhecido
e misterioso, e para vive-la intensamente, precisamos nos despir de tudo o que
antes sabíamos, desejávamos, planejávamos e acreditávamos, para acolher novos
saberes, novos desejos, novos planos e novas crenças. Em verdade, precisamos
abrir os braços, a mente e o coração não só para fazer coisas novas, mas para
sermos inteiramente novas.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>E se há que se abrir espaço para o novo, é preciso deixar que o velho se vá, deixe
de existir e vire poeira na estrada, recordação na memória, história para se
contar. Se precisamos ser novos, é indispensável deixar que o que fomos antes
se despeça, pereça, e deixe de existir.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>O conceito de ‘morte’ costuma nos soar assustador, e por
isso costumo receber olhares surpreendidos quando falo do ‘luto pós-maternidade’.
Mas ele existe, é real e precisa ser olhado de frente. Nascem nossos filhos, e
morre uma era: morrem prioridades das quais não poderemos dar mais conta, morre
um certo tipo de liberdade que não voltaremos a ter (embora possamos descobrir
muitas outras, tão lindas quanto ou até mais), morre uma rotina que não
acontecerá mais, morrem planos que não conseguiremos mais realizar (mas
nascerão outros, mais afinados com quem passamos a ser), morre um egocentrismo
que não conseguiremos mais alimentar, morre o direito a nos considerarmos o
centro absoluto de todas as escolhas e decisões.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>A revolução pela maternidade pode ser fantástica – e quase
sempre é, quando há entrega e o amor e o desejo de viver a experiência
intensamente estão presentes. Mas ela é também um tanto aterrorizante, como
qualquer revolução – porque traz a mudança, o novo, o desconhecido. Quando nos
tornamos mães, a vida nos exige um desapego tremendo de tudo o que foi vivido
antes – na verdade, quando temos um filho, a vida nos exige que nos
desprendamos da pessoa que fomos até ali. E quando aceitamos fazê-lo, precisamos
despedir-nos desta pessoa com muita calma, como nos despedimos de um ente
querido que encerra sua jornada neste mundo – e finda esta despedida, se a
vivenciarmos sem culpas e sem pressa, talvez possamos permitir verdadeiramente
que ela morra para dar lugar ao novo.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>A maternidade é, em
última instância, a um só tempo um nascimento e uma morte: nasce um bebê, uma
mãe e uma nova vida, e morre alguém que nos acostumamos a ser, alguém de quem
gostamos por muito tempo e que em algum momento acreditamos que seríamos para
sempre. Enquanto acolhemos um novo ser nos braços, outro está morrendo – e é
preciso olhar para esta morte, acolhê-la com carinho, chorá-la o tanto
necessário, nem uma lágrima a menos, sem pudores e sem remorso.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Só quem vive corajosamente e de olhos bem abertos a morte do
que deixou de ser pode abrir-se de fato para o que virá. A dor existe, é
legítima. E como nos partos naturais, ela não é vilã, mas companheira – quando
recebida com valentia e sem subterfúgios, ajuda-nos a crescer e nos faz mais
preparados para o que há pela frente, neste novo mundo misterioso que temos
tanta sede de conhecer.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Esta é a dinâmica da vida: coisas acabam, para que outras
comecem. Coisas morrem, para que outras nasçam. E assim acontece, também
conosco: morremos quem fomos para dar lugar a quem seremos.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="http://vilamamifera.com/mamiferas/a-maternidade-o-luto-e-a-vida-nova/" target="_blank">A maternidade, o luto e a vida nova</a><br />
Renata Penna em Mamíferas</div>
rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-54855964192265796822013-10-15T22:30:00.000-03:002013-10-20T16:40:46.043-02:00Fiat luxE é verdade, eu tive uma iluminação hoje.<br />
Eu descobri porque não consigo me fazer entender quando estou nervosa, mesmo sabendo sobre o que falo, mesmo tendo argumentos e fatos.<br />
<strike>É que eu não vim nessa vida pra explicar. Eu vim pra sentir.</strike><br />
<br />
Corrigindo: eu vim pra ESCLARECER.<br /><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7NHmY6_b0_8GXZrPqPQl8bC7TCmixWrPqwEKIv57-kmxprPudU7Xy5CUqrp6_jq9upsSkFIFhYUqIlTAQQpPhE4upEFUGIhgC9DR9YvbL2eoM5YM7AxCvP2juy3JO-TLvAJhX/s1600/at_ropac_2009_030.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7NHmY6_b0_8GXZrPqPQl8bC7TCmixWrPqwEKIv57-kmxprPudU7Xy5CUqrp6_jq9upsSkFIFhYUqIlTAQQpPhE4upEFUGIhgC9DR9YvbL2eoM5YM7AxCvP2juy3JO-TLvAJhX/s640/at_ropac_2009_030.jpg" width="440" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Antony Gormley </td></tr>
</tbody></table>
<br />rOsIhttp://www.blogger.com/profile/03267460057710758583noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22086130.post-24734669008520880452013-10-13T23:45:00.002-03:002013-10-14T00:17:56.766-03:00Reflefando ou desabatindo = volte ao começoEu tenho me sentido num bombardeio de fórmulas. Como ser magro, sério, contente, sóbrio, bêbado, feliz, bem relacionado, bom amante, audaz, comedido, valente, inovador, cético, crente, esperançoso, bem informado, criativo, saudável e... bom pai e mãe.<br />
<br />
Mas depois de muito ler também percebi uma coisa: realmente pra tudo existe um viés cultural. Não, um viés sócio-econômico-cultural. Existe uma esfera social que prega uma cultura e você é tentado a pensar que a cultura é pra todos, mas aí é que está o erro: a cultura É social, É econômica.<br />
<br />
Dessa maneira, caso eu queira ser 100% pró alimentação orgânica eu tenho que bancar essa escolha. E pra bancá-la eu não preciso só ter como pagá-la, eu preciso viver de forma que isso aconteça fazendo parte da minha vida. Ou seja, eu preciso ser funcional COM essa realidade.<br />
E ISSO não é escolha.<br />
<br />
Daí então, que me veio esse desabafo, ainda não totalmente esmiuçado como um raciocínio lógico. Mas que me veio com a clareza do sentir, que parece sentimental, mas é o produto final de uma equação baseada na mais pura regra dos 9 que há: a realidade de cada dia, um após o outro, de quase meio século de vida.<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
"Eu to lendo isso tudo e muito muito do que vem sendo postado em outros assuntos e me sinto ainda mais sozinha. Porque eu vivo num contexto mega complexo. Eu trabalho muito, eu não tenho empregada, tenho um marido, tenho pais idosos, sou voluntária em causas humanitárias, além de estudar e viver o meu caminho de vida e conhecimento, que VIXE, não está nem no meio. E eu não faço isso tudo nem por prazer somente, nem tão somente por escolha. E eu ainda me acho privilegiada, porque eu não tenho 6 filhos, nem pego dois ônibus pra trabalhar 12h.
E aí eu estou aqui pensando que muitas das ações requerem um tempo gigantesco de estudo, de reflexão e de ação. Sim, o filho é mega importante. Sim, temos que nos debruçar sobre tudo que o circunda. Mas tô aqui me perguntando se realmente tem como - "tem como" aí não como metáfora de "sim, é possível desde que você queira", mas como verdadeira pergunta - eu conseguir agir minimamente com dignidade e respeito, dentro de uma vida de um sujeito médio, bem médio. Um sujeito que sim, foi criado errado, e que herdou não só a ignorância, mas os grilhões de seus pais. Muitas e muitas vezes ao ler aqui os depoimentos me pego a pensar, confesso, desesperançada, se tem mesmo um meio, em que ciência for, de ser-se maior do que se é. Digo, nesta vida, ainda. Se tem como acertar, sem ter nem como ler tudo, saber tudo, o tempo todo em que temos que agir.
Vejam, não to caçando desculpa pra ser tosca. Mas tem hora que eu acho que tem muita forma de apertar uma porca e um parafuso e eu to lendo milhões de coisas sobre isso sem nem nunca ter visto uma porca e um parafuso. Eu to lendo o verbo TRANSMUTAR e sincero, to aqui pensando se algum dia eu já fiz isso em alguma coisa da minha vida. E eu não sei o que é isso.
Enfim, to <i>reflefando</i> ou <i>desabatindo</i>. Sei lá."</blockquote>
Sim, tem coisas simples que demoram a se sedimentar, pra só depois surgir o entendimento.
Não há como perseguir aquilo cujo próprio significado é desconhecido, justamente porque nunca o vimos.
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